terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Civilizações andinas consumiam milho há 5 mil aponta estudo


Terra
Um estudo pode pôr fim a uma antiga discussão entre arqueólogos. Segundo cientistas do museu Field, em Chicago (EUA), foram encontrados restos de 5 mil anos de milho. A descoberta pode explicar qual foi a base alimentar que sustentou o surgimento de um distinta civilização que habitou o Peru.

"Este novo conjunto de evidências demonstra claramente que o surgimento inicial de civilizações na América do Sul foi diretamente ligada à agricultura como outras grandes civilizações, como Mesopotâmia, Egito, Índia e China", diz Jonathan Haas, líder do estudo.

O estudo foi divulgado em artigo na revista PNAS. Conforme os autores, os arqueólogos discutem há anos se a base para essa civilização seria a agricultura ou a pesca.

Para tentar responder a dúvida, os cientistas analisaram 13 sítios arqueológicos nos vales desérticos de Pativilca e Fortaleza, em uma região andina do Peru onde uma antiga civilização viveu e se desenvolveu entre 3000 a.C. e 1800 a.C..

Os pesquisadores analisaram basicamente três tipos de objetos: amostras antigas de solo, ferramentas e coprólitos (fosseis de fezes). As primeiras os arqueólogos encontraram em "lixões" e outros locais dos sítios escavadas. Das 126 amostras analisadas, 61 continham traços de pólen de milho.

Foram examinadas ainda 14 ferramentas de pedra e 11 continham restos de grãos e outras partes do milho. Os arqueólogos acharam também 62 coprólitos, sendo 34 de humanos e os demais de cães e outros animais. Quarenta e três (sendo 23 de humanos) tinham restos de milho.

Os coprólitos também mostraram que o peixe, em especial as anchovas, tinha um papel importante na dieta local, o suficiente para ser a fonte primária de proteína, mas não de calorias - o que, segundo os cientistas, coube ao milho.

O estudo, afirmam os arqueólogos, confirma a importância da agricultura no surgimento e desenvolvimento de sociedades complexas - e as civilizações andinas não foram exceção.

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