quinta-feira, 21 de julho de 2022

Ciro é confirmado candidato com críticas a Bolsonaro e Lula

 

                                              © Adriano Machado/REUTERS

DW


Político do PDT é o primeiro nome oficializado para a campanha ao Planalto deste ano. Ele afirmou que presidente não teria sucesso em "derrubar" democracia e acusou o petista de se unir a "ladrões".


O PDT oficializou nesta quarta-feira (20/07) a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes à Presidência da República. Seu nome foi aprovado por unanimidade pelos 280 delegados que votaram na convenção nacional do partido, em Brasília.


Ciro é o primeiro nome a ser oficializado como candidato ao Planalto nas eleições deste ano. O prazo para a realização das convenções, definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), começou nesta quarta-feira.


Na quinta-feira, o PT realizará sua convenção nacional para confirmar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e no domingo o PL faz a sua convenção para oficializar a candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Os candidatos poderão começar a pedir voto no dia 16 de agosto.


A candidatura de Ciro foi oficializada sem o apoio de outros partidos além do PDT, e tampouco sem o nome de quem estará na vaga de vice na chapa. O nome do vice e o eventual apoio de outras legendas serão definidos posteriormente, pela Executiva nacional da legenda.


Quarta tentativa

Ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco e ex-ministro da Integração Nacional do primeiro governo Lula, Ciro tem 64 anos e disputará sua quarta eleição ao Planalto. A comunicação de sua campanha é conduzida por João Santana, que foi marqueteiro do PT em eleições passadas.


Assim como fez em 2018, ele se apresenta como uma alternativa à polarização entre o PT e Bolsonaro, mas enfrenta dificuldades para decolar nas pesquisas. Segundo o levantamento do Datafolha mais recente, realizado em 22 e 23 de junho, Ciro está em terceiro lugar, com 8% das intenções de voto. A mesma pesquisa indica que Lula tem 47% e Bolsonaro, 28%.


Integrantes do PDT vêm sofrendo pressão de petistas para que desistam da candidatura de Ciro e apoiem Lula no primeiro turno, com o objetivo de tentar evitar um eventual segundo turno com Bolsonaro. O presidente do PDT, Carlos Lupi, rechaça essa possibilidade: "Esse partido não é nem será puxadinho de ninguém", afirmou ele nesta quarta-feira.


Críticas a Bolsonaro e Lula

Ao discursar na convenção, Ciro afirmou confiar que eventuais tentativas de Bolsonaro para não reconhecer o resultado da eleição serão rechaçadas pela população.



"Não haverá serrote, serra elétrica ou baioneta antidemocráticos capazes de derrubá-la [a democracia], porque um gigantesco cordão humano, de milhões de brasileiras e brasileiros destemidos a protegerão com seus corpos e, se necessário, estarão dispostos a irrigá-la com seu próprio sangue", disse.


Ele também criticou Lula por tentar esvaziar a pré-candidatura de Simone Tebet, do MDB. "O que o Lula está fazendo com a senadora Simone Tebet é puro fascismo. Aliciar uma banda de ladrões do MDB, corruptos, velhos sócios dele, Lula, na roubalheira, Eunício Oliveira, Renan Calheiros, Romero Jucá, Eduardo Braga, Edson Lobão, para tirar o direito da senadora de ser candidata, é puro fascismo. Enquanto ilude a população que combate o fascismo", afirmou.


Ex-aliado do PT, Ciro vem desde a campanha de 2018 associando a vitória de Bolsonaro a erros cometidos pelos governos Lula e de Dilma Rousseff e defendeu esse ponto de vista nesta quarta-feira. "Bolsonaro é produto da construção magoada e iludida do povo brasileiro, machucado pela mais grave crise econômica e pela mais grave revelação de escândalo de ladroeira levado ao centro de governo de poder pelo lulopetismo", afirmou.

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