O Copom justificou que os indicadores de atividade econômica mostraram recuperação da economia
FOLHAPRESS
Conforme sinalizado na reunião anterior, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou novamente a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, a 3,50% ao ano, nesta quarta-feira (5).
A decisão veio em linha com as expectativas do mercado -todos os analistas consultados pela Bloomberg projetavam a alta.
A escalada persistente dos preços, observada nos últimos meses, levou o BC a subir a taxa também em 0,75 ponto em março, para 2,75% ao ano. Foi a primeira alta em quase seis anos.
A decisão de março surpreendeu economistas, que previam elevação menos agressiva, de 0,5 ponto percentual. Na ocasião, a autoridade monetária indicou que faria nova elevação na mesma magnitude na reunião seguinte.
O comitê justificou que os indicadores de atividade econômica mostraram recuperação da economia e que as expectativas de inflação haviam sido revisadas para cima. Segundo o texto da decisão, uma alta mais acentuada da taxa de juros reduziria a probabilidade de que a meta não fosse cumprida este ano.
O controle da inflação é a principal atribuição da autoridade monetária. Para isso, o BC define a meta da taxa básica de juros.
Quando a inflação está alta, o Copom sobe os juros com o objetivo de reduzir o estímulo na atividade econômica, o que diminui o consumo e equilibra os preços. Caso contrário, o BC pode reduzir juros para estimular a economia.
Em agosto do ano passado, a Selic alcançou o menor patamar da história, 2% ao ano, como resposta à crise gerada pela pandemia de Covid-19.
Segundo o relatório Focus desta semana, no qual o BC divulga as projeções do mercado, mesmo após a alta nos juros, os economistas continuaram elevando as expectativas de inflação para 2021, que estão em 5,04%.
A previsão está acima do centro da meta fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 3,75%, com tolerância 1,5 ponto percentual. Há um mês, a estimativa era de 4,81%.
De acordo com o levantamento, os analistas esperam que a Selic termine o ano a 5,50%.
Em março, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerado o índice de inflação oficial, ficou em 6,10% no acumulado dos 12 meses, acima do teto da meta (5,25%), pressionado principalmente por alimentos e combustíveis.
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