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A animação mostra-se um gênero mais adequado ao célebre e enfezado personagem em guerra contra o Natal, criado pelo escritor Dr. Seuss (1904-1991), o Grinch – que tem a voz do ator Lázaro Ramos na versão brasileira (no original, Benedict Cumberbatch).
O mal-humorado Grinch vive no alto de uma montanha, recluso em sua morada, tendo por companhia apenas o afável cãozinho Max – que serve seu café na cama e o segue por toda parte, sendo o único que ele atura por perto.
Lá embaixo, no vale, está a cidade da Quemlândia, cuja obsessão permanente é o Natal. Todas as atividades de seus moradores giram, aliás, na festividade, ocupando o comércio e as preocupações e sonhos de todos.
Por isso mesmo, o Grinch, nesta época do ano, procura ficar bem longe dali. Mas, para seu desgosto, todo o seu estoque de comida acaba e ele tem que descer a montanha para fazer suas compras, encontrando os cidadãos em plena alegria natalina – o que o irrita muitíssimo. Ninguém sabe, no entanto, que a origem desta aversão está num episódio mal-resolvido da infância do Grinch, passada num orfanato.
Por estes e outros detalhes, o filme dirigido por Yarrow Cheney e Scott Mosier humaniza seu protagonista, tornando-o bem mais suave do que sua encarnação humana, vivido por Jim Carrey no filme de 2000. Este Grinch do desenho é mais um trapalhão digno de compaixão do que de raiva, mesmo quando ele bola um plano mirabolante para roubar de todos os moradores da Quemlândia seus enfeites e presentes de Natal.
Duas figuras femininas fazem o contraponto deste macho rabugento, a mãe separada Dona, uma enfermeira estressada por dividir-se entre o trabalho e três filhos, e sua filha mais velha, a espertíssima Cindy Lou, que está decidida a ter um encontro face a face com ninguém menos do que Papai Noel para ajudar sua mãe.
Terno e simpático, o filme é feito sob medida para crianças mas não é desagradável para adultos. Pena que, por idiossincrasias do circuito cinematográfico, esteja estreando tão antes do Natal.
Neusa Barbosa
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