Gazeta Esportiva
Se o ano de um time de futebol fosse comparado ao de um aluno escolar, pode-se dizer que o Cruzeiro passou, mas com ressalvas. A Raposa conquistou o Campeonato Mineiro e a Copa do Brasil. Entretanto, tendo um elenco estrelado, ficou devendo no Brasileirão, terminando apenas em oitavo lugar, e caiu na Libertadores para o Boca Juniors.
A dupla Arrascaeta e Thiago Neves foi mais uma decisiva para que o Cruzeiro fizesse um 2018 aceitável. Nos dois títulos, marcaram nas finais diante do Atlético-MG e Corinthians. Contratado a peso de ouro, Fred passou o ano praticamente lesionado. Ao voltar na reta final, marcou seus golzinhos, e não deixou dúvidas de que inteiro, é o camisa 9 celeste.
Na primeira fase do Campeonato Mineiro, o Cruzeiro passeou, com nove vitórias e dois empates, assegurando a classificação em primeiro lugar, e vencendo o Atlético-MG. O caminho até a decisão também foi tranquilo.
Ao enfrentar o Galo, no Independência, na partida de ida da final, os comandados de Mano Menezes passaram aperto, saíram perdendo por 3 a 0, mas o gol de Arrascaeta deixou a equipe viva. No Mineirão, o 2 a 0 foi o suficiente para assegurar a taça.
Bi e bolada da Copa do Brasil salvam o ano
Quando teve que se dividir entre Copa do Brasil, Libertadores e Campeonato Brasileiro, a Raposa optou pelo título mais “fácil”. Entrando já nas oitavas de final da competição, o caminho para a taça foi suado, sempre no limite. Por exemplo, ao vencer o Atlético-PR por 2 a 1 na Arena da Baixada, a classificação era certa. Porém, no Mineirão, empate em 1 a 1, e quase a vaga escapa.
Diante de um Santos que havia acabado de trocar de técnico, o Cruzeiro foi pragmático para bater por 1 a 0 na Vila Belmiro e encaminhar a classificação para a semifinal. Novamente em casa, o time sofreu, mas ganhou do Peixe nos pênaltis.
O melhor desempenho na competição foi no duelo diante do Palmeiras. Vitória pelo placar de 1 a 0, no Allianz Parque, e empate em 1 a 1 em Belo Horizonte. Nos dois jogos, o contestado Barcos foi às redes. O Cruzeiro foi bem superior ao Alviverde na ocasião, e mais uma vez merecia a vaga na final da Copa do Brasil.
Contra um Corinthians bem inferior, a Raposa viu seu jogador mais decisivo, Thiago Neves abrir o caminho para o hexacampeonato, ao vencer por 1 a 0. Em Itaquera, o título se encaminhava até Pedrinho marcar um golaço. Porém, o tento acabou sendo anulado pelo VAR. Arrascaeta anotou o 2 a 1 e decretou o título e a bolada de R$ 50 milhões.
Susto na Libertadores e eliminação para o Boca Juniors
Quando ficou decidido que o Grupo 5 seria formado por Cruzeiro, Racing, Vasco e Universidad de Chile, a tendência apontava para um grupo da morte, e quase foi para a Raposa, que em três jogos, somou dois empates em 0 a 0 e uma derrota acachapante por 4 a 2 para a equipe de Avellaneda.
No returno, o Cruzeiro mostrou o porquê era superior aos adversários e passou por cima dos chilenos e do Gigante da Colina. Vitórias por 7 a 0 e 4 a 0, respectivamente. Conseguiu confirmar a liderança ao bater o Racing, no Mineirão por 2 a 1.
Nas oitavas de final, um equilíbrio também era apontado no duelo diante do Flamengo. Jogando no Maracanã, o time de Mano Menezes teve uma das grandes atuações do ano, ganhando por 2 a 0, com direito a gol de Thiago Neves. O placar na ocasião, ficou barato. Em casa, perdeu pelo placar de 1 a 0, mas assegurou a vaga para as quartas de final.
Entretanto, contra o Boca Juniors veio a eliminação. Apesar da injusta e bizarra expulsão de Dedé na Bombonera, o Cruzeiro pouco fez, foi tímido e perdeu por 2 a 0, deixando a situação complicada no Mineirão, onde ao fazer 1 a 0 parecia que conseguiria ao menos, provocar a decisão por pênaltis. Mas o gol de Pavón, definiu a eliminação.
Campeonato Brasileiro fraco acabou sendo apago
Pelo elenco, investimento e treinador, o mais natural era que o Cruzeiro brigasse pelo título. Não foi o que aconteceu. Com 14 vitórias, 11 empates e 13 derrotas, a Raposa terminou na oitava colocação, somando 53 pontos.
O que mais decepcionou foi o desempenho do time nas partidas. O Cruzeiro, muitas vezes mostrava um futebol preguiçoso, com a cabeça claramente voltada para as competições de mata-mata. Para se ter uma ideia, o time teve o pior ataque entre os dez primeiros colocados, com 34 gols e saldo zerado. O artilheiro na competição foi Arrascaeta.
Mesmo assim, o desempenho ruim acabou sendo minimizado, em função dos títulos no ano, especialmente o da Copa do Brasil. Mas, com o excelente material humano que tem em mãos, pode-se cobrar mais de Mano Menezes, especialmente do rendimento inversamente proporcional ao forte elenco.
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