domingo, 20 de maio de 2018

160 crianças e adolescentes estão afastados da família por decisão da Justiça



Em Campo Grande, 160 crianças e adolescentes estão afastados do convívio familiar por decisão judicial. A maioria dos casos está relacionado à negligência dos pais ou responsáveis. Em seguida, estão as ocorrências de agressão. Os dados foram apresentados durante uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa na última sexta-feira (18).

De acordo com a coordenadora da Infância e Juventude de Mato Grosso do Sul e titular da Vara da Infância, Adolescência e do Idoso de Campo Grande, juíza Katy Braun do Prado, “Dependendo da gravidade do caso, a criança pode ser entregue a uma família substituta ou adotada. Temos casos de violência sexual e meninas assediadas que acabam sendo exploradas, especialmente nas camadas mais vulneráveis da população”, declarou na ocasião.

AS DENÚNCIAS

Ainda conforme os dados divulgados no evento, em Campo Grande, 2,6 mil denúncias são formalizadas anualmente na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), o que representa sete casos a cada 24 horas. Entre janeiro e maio deste ano, foram realizadas 850.

No Disque 100, um serviço de atendimento telefônico gratuito em que é possível informar sobre violações de Direitos Humano, foram registradas 2.555 denúncias de casos que ocorreram em Mato Grosso do Sul no ano passado.

Deste total, 1669 chamadas são relacionadas a denúncias de violações contra os direitos das crianças e dos adolescentes.

As denúncias vão desde exploração ou abuso sexual, passando por trabalho infantil; uso de álcool e outras drogas por crianças; garotos e garotas em situação de rua e desaparecimento.

SINAIS DE ABUSO

Quando se trata de abuso sexual contra crianças e adolescentes, A psicóloga da Vara da Infância, Denise de Fátima do Amaral Teixeira, explica que, “em geral os abusadores sexuais são pessoas confiáveis que se utilizam de sedução e apresentam espectro de comportamentos esperados socialmente”, ou seja, não levantam suspeitas.

Segundo ela, os sinais de abuso ou violência sexual podem ser identificados por meio de mudanças no comportamento das crianças ou adolescentes, tais como: conhecimento sexual incompatível com a faixa etária, tendência ao isolamento, falta de confiança, medo, sentimentos de revolta, enurese noturna, distúrbios de aprendizagem, de atenção, apatia, sentimentos de tristeza, doenças somáticas, doenças sexualmente transmissíveis, lesões na genitália, distúrbios no sono, entre outros.

(*) Com assessoria

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