quinta-feira, 15 de março de 2018

Deputados lamentam morte de vereadora e criticam Governo Federal

                                          Foto:Divulgação
Parlamentares reclamaram da falta de investimentos da União em segurança nas fronteiras

Portal Correio do Estado

Durante sessão desta quinta-feira (15) deputados lamentaram a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) que foi atingida por quatro tiros na cabeça, no Rio de Janeiro. Parlamentares também criticaram a falta de investimentos na segurança do Estado por parte do Governo Federal e também a “exacerbada defesa” que os criminosos recebem de alguns representantes dos direitos humanos.

Com a principal suspeita de que o crime tenha sido espécie de execução. Alguns parlamentares declararam que o mais preocupante é a mensagem de “fundo” que está sendo apresentada pelos criminosos. “Esse crime é uma afronta. Tem pessoas que enxergam os criminosos como vítimas da sociedade opressora e isso tem que acabar. Nossos tribunais e a legislação tem que parar de ter piedade deles e começar a ter compaixão da sociedade”, desabafou o deputado estadual José Carlos Barbosa (PSDB), o Barbosinha.

O ex-secretário de Segurança do Estado também criticou a atuação do Governo Federal quanto as questões de fronteira que o Mato Grosso do Sul enfrenta. Barbosinha citou a falta de investimentos da União e as promessas de implementação do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sifron). “Seriam R$ 12 bilhões em investimentos e até agora o Exército só recebeu R$ 1 bilhão. Em vez de reforçar as ações, o Governo Federal reduziu em 54% as atividades desse Sistema, segundo várias matérias da imprensa.Vimos várias promessas de ministros, mas estamos vendo que o Sisfron, que ajudaria muito o combate ao narcotráfico, está para virar o grande elefante branco. Com as fronteiras abandonadas não tem como fazer o enfrentamento da violência”, criticou.

O petista Cabo Almi também lamentou e disse que esse crime que resultou na morte da vereadora “reforça que nossa legislação está errada. Que essa intervenção [das Forças Armadas no RJ] não adianta. O Código Penal precisa ser alterado, os culpados severamente punidos e a Justiça precisa funcionar. Não podemos continuar assim. Quantas Marielles ainda precisam morrer?”, questionou Almi, que complementou que o país precisa investir em políticas públicas. “Não vamos resolver a violência só com armas”, disse.

Para Felipe Orro (PSDB), a morte da vereadora tem relação com a falta de fiscalização das fronteiras em Mato Grosso do Sul, com a facilitação da entrada de armas de fogo e drogas, que são distribuídas pelo país. “Nos solidarizamos com o ocorrido, pois os bons não podem se calar. Porém, o que acontece no Rio de Janeiro é reflexo do corredor que somos em Mato Grosso do Sul. Que isso reforce a bandeira de enfrentamento ao crime organizado”, ponderou.

Outro deputado do PT, João Grandão também criticou a falta de investimentos do Governo Federal. “A gente vê os jornais dizendo que o presidente Michel Temer [PMDB] abandonou a fronteira, que é um ‘calo’. As matérias apontam mais de R$ 60 milhões em cortes de recursos da Segurança Pública em 2018.”, disse o petista.

O médico e deputado Paulo Siufi (PSDB) ressaltou. “O mundo se chocou. Não tem cabimento. E nós políticos sofremos também com isso. Não podemos ser terra sem lei”, declarou o parlamentar.

E por fim, o deputado Amarildo Cruz (PT), além de apresentar moção de repúdio sobre o crime, ele destacou o perfil da vereadora. “Quinta mais votada, 38 anos, negra, nascida e criada na favela, formada em sociologia, capaz de entender a realidade do povo e por isso lutava contra as mazelas, defendia os oprimidos, denunciava as desigualdades. Foi execução sim. Para dar um recado. Como consertar esse país em que matam os bons?”, lamentou.

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