domingo, 10 de dezembro de 2017

Irmãos atraem filas e se despedem de personagens de 'Turma da Mônica'


G1                                      Foto: Celso Tavares/G1




Um 2013, a Turma da Mônica enfrentava feras e bandidos para encontrar Floquinho, o cachorro perdido do Cebolinha, em “Laços”. Há dois anos, os amigos se reuniam mais uma vez em “Lições”. Os personagens de quadrinhos mais famosos do país fecham a trilogia em “Lembranças”, terceira graphic novel escrita e desenhada por Vitor e Lu Cafaggi, lançada oficialmente na Comic Con Experience 2017, que começou nesta quinta-feira (7).

Esta é a despedida da premiada parceria entre os irmãos quadrinistas e a Maurício de Sousa produções. “Quando estava para acabar, foi me dando uma tristeza”, conta Lu, a mais nova da dupla, com 29 anos. “Eu chorei enquanto escrevia os agradecimentos", conta Vitor, dez anos mais velho.

“Mentira. Na verdade, chorei mesmo quando o Sidney [Guzman, editor da Maurício de Sousa produções] deu o 'tudo certo’ na hora de publicar", brinca, ao lembrar que a reta final foi repleta de imprevistos. Depois do braço quebrado de Lu, ele sofreu com uma apendicite. “Quase mudamos o nome para ‘Lesões’”, ri.

Os fãs parecem reconhecer seus esforços. Tanto que não deram sossego à dupla. Durante o primeiro dia do evento, tiveram sua mesa no Artists’ Alley tomada por uma fila constante, digna de nomes internacionais dos quadrinhos. Foram autógrafos para mais de 300 pessoas (que muitas vezes compram mais de uma obra, então é provável que o número de assinaturas seja o dobro).

Em “Turma da Mônica - Lembranças", Cebolinha e a baixinha fazem um acordo: ela o ajuda a construir a sede de um novo clubinho enquanto ele bola um plano infalível para colocá-la dentro de uma festa à qual não foi convidada. Tudo isso como pano de fundo para abordar as dificuldades da infância, como lidar com valentões, isolamento e a “maturidade” da primeira série.

Pais orgulhosos

O fim da trilogia pode ser o fim do envolvimento com dos dois com os quadrinhos de Mauricio de Sousa, mas ambos ainda devem ficar um tempo em contato com os personagens. Isso porque em julho sai a adaptação de “Laços” para os cinemas.

“A gente se sente muito privilegiado”, diz Vitor, sobre a emoção de ter uma história sua estrelando a primeira adaptação em carne e osso da “Turma da Mônica” desde sua criação, em 1959.

No começo, ambos ficaram “apreensivos”, como é o caso de todo autor ao ver sua história sair de suas mãos. “Quando anunciaram o Daniel Rezende [diretor de ‘Bingo: O rei das manhãs’], ficamos bem mais tranquilos”, conta.

“Outro medo era com as crianças, de que fossem robozinhos, sabe? Mas, depois que vimos as crianças nos tornamos fãs deles”, fala Lu. "Agora a gente está igual pai orgulhoso. Cada hora um é o favorito", brinca o irmão.

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