terça-feira, 17 de março de 2015

França quer proibir por lei modelos muito magras nas passarelas



O governo socialista da França se pronunciou a favor de proibir por lei o recurso a modelos extremamente magras nos desfiles de moda, apesar das reticências das agências, e a sancionar a apologia da anorexia. "Vou apoiar" estas iniciativas, declarou na segunda-feira (16/03) a ministra da Saúde, Marisol Touraine, ao ser interrogada sobre duas emendas à Lei de Saúde apresentadas por um deputado socialista.

Uma das emendas apresentadas pelo deputado Olivier Veran quer proibir que as agências contratem modelos diagnosticadas em estado de desnutrição. Com esse objetivo, Veran propõe modificar o Código de Trabalho para obrigar as agências a apresentar um atestado médico que estabeleça que o Índice de Massa Corporal (IMC) de cada modelo seja superior a um determinado valor.
Segundo o projeto, o descumprimento da lei será passível de uma pena de seis anos de prisão e de uma multa de 75.000 euros.

O Sindicato Nacional de Agências de Modelos (SYNAM) da França, que reúne 40 empresas, lamentou que esta proposta leve em conta apenas a situação francesa.

As agências francesas "estão em concorrência permanente com suas colegas europeias. Portanto, é indispensável um enfoque europeu", declarou o SYNAM.

Alguns países, como Espanha, Itália, Bélgica, Chile e Israel, já votaram leis ou decretaram regulamentos sobre o tema.

A segunda emenda estabelece um "crime de valorização da magreza excessiva" e quer proibir os sites que fazem "apologia à anorexia".

Olivier Veran estima que na França há "entre 30.000 e 40.000 pessoas" que sofrem de anorexia mental.

"São adolescentes, em 90% dos casos. O impacto social da imagem transmitida pela moda, segundo a qual as mulheres devem ser magras a um nível patológico para ser bonitas e poder desfilar, é muito forte", disse Veran.
A iniciativa conta com o apoio de Gerald Marie, ex-diretor da agência Elite na Europa

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