quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Trupe Zomba apresenta “Hotel Lancaster” para maiores de 18

Com uma peça de Mário Bortolotto, Hotel Lancaster, a Companhia Teatral da UEMS - Trupe Zomba, apresenta sexta-feira (09), às 20 horas, no Teatro Municipal de Dourados, discussões que devem chegar aos maiores de 18 anos. De acordo com material divulgado pela diretora da peça, Paula Regina Alvarenga, Hotel Lancaster é um dos textos de Bortolotto que consegue ir do cômico ao trágico. ”Apresenta ao público um humor desesperado de quem sente na pele a falta de sentido do mundo, um universo em que drogas e tiros não são glamour nem denúncia, mas apenas o que se tem para fazer”, diz a divulgação.A peça, segundo Guilherme Conte, crítico de arteOs diálogos entre as personagens são marcantes, a tensão dramática é constante. A poética da narrativa se detém sobre aqueles que não têm voz, realidades tão próximas, mas que no dia-a-dia aparecem invisíveis e distantes. Bortolotto consegue abrir uma janela para este mundo que aparece em letras negras num papel de jornal, no bandido que nos assalta na esquina ou no filho que internamos em uma clínica de reabilitação. Hotel Lancaster pode ser vista como uma tragédia – na acepção mais clássica do termo. Por mais que cada um ali busque o seu caminho, todos estão fadados a se encontrar com a violência mais cedo ou mais tarde. Overdose, assassinato, suicídio – o mundo é um lugar cruel para aquelas vidas confinadas no hotel. É uma contagem regressiva, uma implacável bomba-relógio contando o tempo. O autor, segundo a Folha IlustradaBortolotto atua, há 26 anos (2008), com o Grupo Cemitério de Automóveis, realizando produções teatrais solo e outras montagens, no cinema, por exemplo, sendo dirigido por outros diretores. O grupo foi fundado inicialmente em Londrina/PR, em 1981, e radicado em São Paulo, capital, desde 1997. Mário Bortolotto nasceu em Londrina em 29 de setembro de 1962. Cresceu tendo contato com as revistas em quadrinhos, em seguida suas leituras foram os autores da geração beat generacion, como Charles Bukowski, Jack Kerouac, além de poetas e escritores brasileiros. Atualmente é considerado um dos maiores escritores de peças teatrais no Brasil. Sua linguagem aproxima-se de Plínio Marcos na escolha de temáticas, porém, Bortolotto tem sua própria escrita, mergulha no caos urbano, é irônico e sarcástico. Aborda temas globalizados e ainda consegue ver ternura nas histórias individuais esfaceladas pela sociedade do consumo. Marginais, prostitutas, viciados, desempregados, patricinhas, compõe as histórias do autor. “Um teatro maldito, de parcos recursos, antipsicologizantes, sem concessões nos temas, muito desbundado confere visibilidade ao grupo Cemitério de Automóveis.”

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