Já em seu quinto ano de atividades, e rebatizado com a misteriosa (mas sugestiva) inclusão da letra y, o Trypé volta ao palco onde nasceu, mantendo acesa a criatividade que é um de seus traços marcantes. Foi em 2004, no mesmo Aracy Balabanian, que o projeto Cena Som viu nascer uma inédita reunião: três gerações musicais, consolidadas nas três décadas já vividas pelo recém-nascido Mato Grosso do sul, influenciadas indelevelmente pelos ritmos ternários. Diferencial maior, e durante muito tempo condenados ao limbo de “música de raiz”, eles se transformam em matéria prima de ousadas experiências, apresentadas de maneira informal e descontraída, pelos integrantes desse coletivo musical. Mas em sua estréia, como lembrarão os mais atentos, a proposta era mais humilde, quase cautelosa: cada um mostrava seu trabalho, com banda e arranjos próprios, reunindo-se apenas para celebrações finais. A boa receptividade incentivou-os a novos vôos de imaginação, artigo cada vez mais raro em tempos de competição e produção em massa. Nas edições seguintes, o projeto foi radicalmente alterado: apenas os 4 em cena, com arranjos especialmente elaborados para um formato acústico, em que violas, violões de 6 e de 12, dialogam em busca de uma sonoridade mais crua, mais visceral, e ao mesmo tempo coerente com todas as historias e trajetórias reunidas. Um dos pioneiros do que podemos chamar de nova música pantaneira, Paulo Simões começou nos anos 70 , ao lado de Geraldo Roca, dos irmãos Espíndola e Almir Sater, um trabalho que influenciou as gerações seguintes. Desenvolvendo diversas parcerias, assina canções que se tornaram ícones musicais da região, como "Trem do Pantanal", "Sonhos Guaranis" e "Comitiva Esperança". Jerry Espíndola, o mais novo do clã artístico-musical sul-mato-grossense começou a atuar no início da década de 80, e se tornou um dos artistas mais populares do Estado, misturando música pop com ritmos regionais como o chamamé e a polca. Este trabalho lhe rendeu a participação em importantes projetos como "Rumos", do Itaú Cultural, e "Viola Turbinada" realizado nos Centros Culturais do Banco do Brasil em 2004, show que foi incluido na Revista Bravo entre os 100 melhores realizados no Brasil nos últimos 8 anos. Os Filhos dos Livres é um duo, formado por Guilherme Cruz e Guga Borba, que começaram suas carreiras no início da década de 1990. Com o som mais pop entre os artistas participantes, são uma das principais bandas de Mato Grosso do Sul. Com três discos gravados, e músicas executadas em todas as rádios do Estado, o duo costuma lotar suas apresentações. Neste espetáculo, que acontece nesta quinta-feira, 29/10, às 20:00 horas, no Teatro Aracy Balabanian, SESC-Horto, o repertório será escolhido entre as músicas que mais impressionaram o público, nas edições anteriores, acrescidas de novas experiências no que chamam de “tresporquatrificação” de canções conhecidas em outros ritmos.
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