quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Pernambuco registra terceira morte fetal relacionada ao vírus oropouche

 

                                           Maria Luiza Felippe Bauer/Instituto Oswaldo Cruz

Foram registrados 7.848 casos da doença em 22 estados até o momento no país

O governo de Pernambuco registrou na última semana mais um caso de perda gestacional de um feto diagnosticado com o vírus oropouche. Esse é o terceiro em que houve transmissão vertical da doença, ou seja, quando passa da mãe para o filho.


A Secretaria de Saúde do estado afirma que ainda não é possível confirmar que a morte ocorreu por causa do vírus.


A mãe do bebê, de 43 anos, não apresentava comorbidades e contava com 34 semanas de gestação. A mulher, moradora da cidade de Machados, no agreste do estado, estava sendo acompanhada por apresentar sintomas relacionados a arboviroses como a febre oropouche. O diagnóstico foi feito pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco.


Anteriormente ocorreram óbitos com fetos diagnosticados com arbovirose nos municípios de Rio Formoso e Ipojuca. Até o momento, só um deles teve a confirmação do oropouche como motivo de óbito.


Em todo o Brasil, foram registrados 7.848 casos da doença até terça-feira (27), segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. Apenas o DF e quatro estados (GO, PR, RN e RS) do país ainda não registraram infecções locais.



No dia 25 de julho, o Ministério da Saúde confirmou as primeiras duas mortes pela doença no mundo, que ocorreram na Bahia. Os casos são de mulheres do interior com menos de 30 anos, sem comorbidades, mas que tiveram sinais e sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave. Um caso permanece em investigação no Paraná, com local provável de infecção em Santa Catarina. No início de agosto, confirmou a primeira morte fetal em Pernambuco por causa do vírus.


Oropouche é uma arbovirose com sintomas parecidos com os da dengue, chikungunya e algumas formas de zika: dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. É transmitida principalmente pela picada do mosquito infectado Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.


Um estudo assinado por pesquisadores da Fiocruz Amazônia (Fundação Oswaldo Cruz) e da Unicamp (Universidade de Campinas) aponta que uma nova variante do vírus se replicou cerca de cem vezes mais em células de mamíferos em comparação à cepa original. Essa maior eficiência na replicação pode estar relacionada ao aumento recente na incidência nos anos de 2023 e 2024.

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