terça-feira, 27 de agosto de 2024

Exército israelense anuncia resgate de refém em Gaza

 

                                            /Gabinete de Imprensa do Governo/via Reuters

Qaid Farhan Alkadi foi encontrado com saúde estável e encaminhado a hospital para exames; ele ficou em cativeiro por 326 dias

Jerusalém | The New York Times e Reuters

As tropas israelenses anunciaram ter resgatado um refém no sul da Faixa de Gaza, nesta terça-feira (27). Qaid Farhan Alkadi, 52, estava em poder do Hamas desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023.


Ele foi libertado de um túnel por soldados israelenses em uma "operação de resgate complexa", mas sua condição médica era estável, afirmou o Exército de Israel. Enquanto Alkadi deixava o cativeiro, ataques de Tel Aviv foram relatados em Gaza, principalmente em Deir el-Balah e Khan Yunis, e teriam matado ao menos 20 pessoas, de acordo com a rede Al Jazeera.


Alkadi foi encontrado sozinho, sem guardas, em uma sala a cerca de 25 metros de profundidade, disseram as autoridades. Segundo nota do Consulado de Israel em São Paulo, ele foi transferido para um hospital para realizar exames médicos. Sua família, diz o comunicado, foi informada dos detalhes.


Alkadi é o oitavo refém vivo –e o primeiro árabe– a ser resgatado de Gaza em dez meses. Beduíno, pai de 11 filhos e originário de Rahat, no sul do país, ele foi sequestrado pelo Hamas em seu trabalho de segurança na fábrica de embalagens Magen, em um pequeno kibutz israelense perto da fronteira com Gaza. Ao todo, passou 326 dias em cativeiro.


Pelo menos quatro cidadãos árabes de Israel ainda permanecem em poder da facção terrorista no território palestino. Três foram levados durante os atentados de 7 de Outubro, enquanto um quarto, Hisham al-Sayed, está detido lá há quase uma década.


Não estava claro imediatamente se a operação para libertar Alkaid resultou em mortes em Gaza, como houve em outras tentativas de resgatar reféns vivos.


O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, parabenizou o Exército e o Shin Bet (serviço de inteligência interna), em uma postagem na rede social X. Ele disse que seu governo "está trabalhando incansavelmente" para garantir a libertação dos reféns restantes por meio de dois métodos: negociações e operações. Ambas as formas, declarou Netanyahu, exigem "nossa presença militar no campo e pressão militar incessante sobre o Hamas". "Continuaremos a agir assim até que todos estejam em casa."


O resgate acontece em um momento de pressão crescente sobre o premiê para fazer um acordo que ponha fim à guerra e resulte no retorno de todos os reféns. Alkadi fazia parte dos 71 sequestrados que ainda estão vivos em Gaza, pelas contas de Israel. Outros 34 são considerados mortos, e seus corpos ainda estariam no território palestino. Em novembro, 105 foram libertados em um cessar-fogo de uma semana entre Israel e Hamas, e soldados israelenses recuperaram os corpos de mais de 20 outros.


Esforços diplomáticos dos governos dos EUA, do Egito e do Qatar não têm conseguido superar as discordâncias entre os dois lados da guerra por uma trégua, incluindo uma exigência de Netanyahu de que algumas tropas israelenses permaneçam em Gaza uma vez terminado o conflito.


Autoridades militares israelenses dizem que os reféns estão sendo mantidos em toda a Faixa de Gaza —acredita-se que muitos estejam na rede de túneis subterrâneos do Hamas—, o que dificulta as missões de resgate.


De acordo com balanço atualizado pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, 40.476 pessoas foram mortas no território palestino desde o início da guerra, há dez meses.



Um dia antes, na segunda-feira (26), Israel indicou que havia realizado um ataque aéreo contra um campo de refugiados palestinos no norte da Cisjordânia ocupada. Segundo a Autoridade Palestina, cinco pessoas morreram.


"Um avião atacou recentemente um centro de operações" na zona de Nur Shams, disse o Exército israelense em um comunicado, sem especificar o objetivo do bombardeio.


"Cinco pessoas mortas foram levadas ao hospital governamental de Tulkarem após um bombardeio da ocupação [israelense] contra o campo de Nur Shams", informou, por sua vez, o Ministério da Saúde da Autoridade Palestina, que administra parcialmente a Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967.


Um balanço da agência de notícias AFP baseado em dados da ANP indica que 640 palestinos morreram na região devido a ações militares do Estado judeu ou de colonos israelenses desde 7 de outubro de 2023.

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