Bolsa, por outro lado, renovava a
máxima histórica com alta de 1,55%, aos 136.024 pontos. Essa é a primeira vez
que o Ibovespa ultrapassa os 136 mil pontos, marcando o maior patamar já
registrado durante o período de negociações. O recorde anterior era de 134.391
pontos, anotado no dia 28 de dezembro de 2023. Para bater o do fechamento, a
Bolsa precisa encerrar o pregão acima de 134.193 pontos, do dia 27 de dezembro.
A semana começa com investidores de olho na economia dos Estados Unidos. A
divulgação de dados mais fortes do que o esperado afastou a percepção de
recessão e consolidou a expectativa de um corte de juros do Fed (Federal
Reserve, o banco central dos EUA) na próxima reunião, marcada para setembro. "A
perspectiva é de recuperação dos ativos de maior risco devido a indicadores que
serviram de suporte para espantar por hora os temores de recessão global", disse
Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX Banco de Câmbio. "E ao
mesmo tempo, o conjunto de dados mostra que o ciclo de cortes de juros nos
Estados Unidos pode ser iniciado sem que haja necessidade de um corte mais
agressivo", acrescentou.
Antes, com os temores de uma recessão na maior economia
do mundo, um corte de 0,50 ponto percentual na taxa de juros —atualmente na
faixa de 5,25% e 5,50%— era a aposta majoritária, com especulações até de uma
reunião extraordinária do Fed para adiantar o ciclo de afrouxamento. Agora, uma
redução inicial de 0,25 ponto se tornou a de maior probabilidade, com endosso de
75,5% dos investidores, segundo a ferramenta CME FedWatch. O dólar costuma se
depreciar à medida que o Fed reduz os juros.
Em tese, ele se torna
comparativamente menos atrativo em relação a outras moedas quando os rendimentos
dos títulos ligados ao Tesouro, chamados de treasuries, caem. Outro fator de
pressão sobre a moeda norte-americana é a possibilidade de mais aperto monetário
pelo banco central japonês, que já elevou sua taxa de juros para 0,25% no mês
passado. A redução do diferencial de juros entre EUA e Japão torna o iene mais
interessante para investimentos, provocando uma fuga do dólar. Para ter
perspectiva sobre o estado de algumas das maiores economias do planeta, os
mercados estarão atentos nessa semana aos dados de PMI (índice de gerente de
compras, em inglês) de EUA, França, Alemanha, Reino Unido e zona do euro.
O
grande destaque da agenda, no entanto, será o encontro de autoridades de bancos
centrais em Jackson Hole, no Estado de Wyoming, entre os dias 22 e 24 de agosto.
O foco será o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira.
Roberto Campos Neto, chefe do BC (Banco Central), estará presente no sábado. Na
cena doméstica, o foco estava no Boletim Focus. Analistas consultados pelo BC na
pesquisa semanal elevaram a projeção para o nível da Selic, a taxa básica de
juros do país, ao fim do próximo ano, enquanto mantiveram novamente a
expectativa para 2024.
O levantamento, que capta as estimativas do mercado para
indicadores econômicos, mostrou que os economistas agora veem a Selic fechando
2025 em 10,00% ao ano, ante 9,75% na semana anterior. Pela nona semana
consecutiva, por outro lado, eles mantiveram a expectativa para a taxa de juros
ao fim deste ano no patamar atual de 10,50%, projetando, portanto, que o BC não
fará movimentações nas reuniões de política monetária que restam em 2024. Também
estará no radar ao final da semana a divulgação de novos dados do IPCA-15, que
fornecerão os primeiros indícios sobre a trajetória dos preços em agosto. Já na
cena corporativa, o Ibovespa era endossado pelo otimismo de Wall Street e pelo
avanço firme de papéis da Vale e do Bradesco, responsáveis pelas principais
contribuições positivas no índice.
A mineradora avançava 2,34%, com estímulo da
alta do minério de ferro na China. Já as ações preferenciais e ordinárias do
banco subiam 5,47% cada, após o Goldman Sachs recomendar compra dos ativos e
elevar o preço-alvo. Petz disparava 18% após concluir a fusão de operações com a
Cobasi, e Magazine Luiza avançava 10,17%. Petrobras operava mista: os
preferenciais tinham estabilidade e os ordinários caíam 0,65%, em semana de
pagamento de dividendos. Na ponta negativa, BB Seguridade perdia 3,51%, seguida
por PRIO (-2,34%) e Weg (-1,90%). Na última sexta-feira (17), o dólar fechou em
queda de 0,28%, aos R$ 5,467, e a Bolsa perdeu 0,15%, aos 133.953 pontos
Reuters
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