Apoio da sigla de centro-esquerda, que no plano nacional está fechada com Lula, é disputado por tucanos e pela família Trad
CELSO BEJARANO
O PSDB, do pré-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e o PSD, do ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad, ainda medem forças para saber qual deles deve atrair o apoio do PSB, legenda que não se interessou pela eleição majoritária.
Desfecho da questão deve ser anunciado daqui 10 dias, dia 23, data da convenção do PSB.
No início desta semana, integrantes do PSB juntaram-se em uma reunião, em Campo Grande, e o assunto principal, claro, foi as eleições e as eventuais alianças.
O presidente municipal do PSB, Carlos Augusto Borges, o Carlão, que também preside a Câmara Municipal de Campo Grande, disse ao Correio do Estado que até agora não tem como afirmar se a legenda vai ficar do “lado A ou B”.
Para Carlão, “uns [pessebistas] querem o PSD, outros falam em seguir com o PSDB. Vamos aguardar a convenção partidária”.
Por regra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), convenções partidárias são reuniões de filiados a um partido político para julgamento de assuntos de interesse do grupo ou para escolha de candidatos e formação de coligações (união de dois ou mais partidos a fim de disputarem eleições).
JÁ COM LADO
O presidente municipal da legenda já expôs sua escolha: ele deve ficar do lado do ex-prefeito, no caso o PSD, opção espalhada por ele desde março, quatro meses atrás.
Justo em março, parte do PSB demonstrou interesse em pegar outro rumo, no caso, colar-se à chapa do PSDB de Eduardo Riedel.
No início de abril, o PSB afiançou a ficha de filiação do deputado estadual Paulo Duarte, então do MDB, e, a partir dali, tudo parecia resolvido. O parlamentar avisou que apoiaria o PSDB com o aval do presidente regional da legenda, Ricardo Ayache. Deduziu, então, que os pessebistas já tinham a decisão pronta. Mas, não.
Ainda naquele período, o chefe nacional do PSDB, Bruno Araújo, anunciou ter liberado o diretório regional do PSB a formar aliança com partidos que definisse melhor.
O COMEÇO
O primeiro passo pela aliança com o PSB quem deu foi o PSD, em fevereiro, início daquele mês, quando Marquinhos confidenciou aos aliados e contou à imprensa ter convidado Ayache, o comandante regional do PSB, para ser o seu vice.
A possibilidade sugerida por Marquinhos motivou bochicho entre os políticos até maio, período em que Ayache deixou a entender que não era dele a palavra final acerca do convite do prefeito. O chefe do PSB afirmou que o assunto deveria ser debatido por toda a cúpula do partido, daí sairia uma conclusão.
Desde então, Marquinhos Trad deixou de lado o assunto e passou a dizer que o convite a Ayache seguia “em aberto”. E que seu vice seria definido somente na convenção partidária.
O PSD promove a convenção no dia 30 deste mês, uma semana depois de o PSB definir de que lado fica, ou se segue sozinho no pleito.
A convenção do partido de Marquinhos ocorre em solenidade compartilhada com o Patriotas, legenda de Adriane Lopes, a vice que se tornou prefeita de Campo Grande depois da renúncia do pré-candidato ao governo.
A reportagem tentou ouvir o presidente regional do PSD, o senador Nelsinho Trad, irmão de Marquinhos, para que ele comentasse como andam os diálogos acerca da aliança com o PSB, mas até o fechamento desta página ele não havia retornado.
NO PASSADO
As indefinições acerca da aliança envolvendo PSB, PSDB e PSD podem ser explicadas se observadas as últimas as duas eleições para o governo, em 2018, e a disputa pela Prefeitura de Campo Grande, em 2020.
Quatro anos atrás, o PSB apoiou a reeleição do atual governador, Reinaldo Azambuja, do PSDB.
Dois anos depois, em 2020, o PSB apoiou a reeleição do então prefeito Marquinhos Trad.
LEGENDAS INDECISAS
Não só o PSDB e o PSD ainda não acertaram pactos com outras siglas para a disputa de outubro. O MDB, do pré-candidato André Puccinelli, também não.
Rumores indicam que o ex-governador tenha definido que seu vice deve ser o vereador Papy, do partido Solidariedade. Contudo, a aliança ainda não foi confirmada oficialmente.
A pré-candidata do União Brasil, Rose Modesto, sequer anunciou nomes de seus prováveis vices.
Já Capitão Contar, o pré-candidato ao governo pelo PRTB, afirmou que o vice dele é Beto Figueiró, colega de partido. O PT, da pré-candidata Giselle Marques, e o Psol, que também vai concorrer ao governo, também ainda não escolheram seus vices.
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