quarta-feira, 20 de julho de 2022

Artista que une instrumento acústico com clássicos do rock se apresenta em Campo Grande

 




Piano e rock. Teriam esses dois universos algo em comum? Para o músico curitibano Bruno Hrabovsky, 33 anos, um nasceu para o outro. Pianista erudito desde os 6 anos de idade, sempre teve facilidade em tirar músicas só ouvindo, principalmente de seus gêneros musicais preferidos, rock e metal.


Seu avô foi o grande responsável por fazer aflorar o seu gosto pelo piano, pois via aquele instrumento na sala da casa de sua avó materna, o que despertou a curiosidade da então criança que enxergava o instrumento em tamanho aumentado. 


“Eu cresci na casa da minha avó materna e já tinha um piano, pois desde quando o meu avô construiu a casa ele fez questão de ter um. Minha história começa porque tinha aquele instrumento enorme na sala e eu tinha muita vontade de o dominar. Abria e ficava batendo nele, até que trouxeram uma professora e deu supercerto”, comenta.  


A vida do menino sempre foi atrelada às aulas, em alguns momentos, com foco maior, em outros, a disciplina nem sempre estava presente. Foi na adolescência a virada de chave para o curitibano, que cresceu ouvindo rock clássico dentro de casa por influência dos pais.  


Na época, Bruno passava muitas horas no piano: a disciplina, que até então faltava, veio e ficou. “Foram os anos em que mais estudei técnica em piano, era a época em que eu mais passava tempo no piano praticando. Foi nesse momento também que comecei a descobrir bandas diferentes das que meu pai ouvia dentro de casa”.


Por causa de um computador, comprado pelo tio, Bruno começou a descobrir outro mundo por meio da internet. “Nesse momento, comecei a ter contato com bandas como Iron Maiden, System of a Down e comecei a migrar meu gosto para o metal. Foi uma época que eu estudei muito e descobri novos sons. Sempre tive uma facilidade auditiva muito grande, conseguia imitar no piano os sons que eu ouvia e, aos poucos, fui percebendo que eu conseguia tocar as músicas que eu ouvia”.


Quanto mais o tempo passava, mais a facilidade do pianista em criar arranjos dos rocks que ouvia aumentava. Foram anos utilizando essa capacidade auditiva, mas nunca passou pela sua cabeça que isso pudesse virar um trabalho.  


Sem deixar o piano de lado, Bruno iniciou o curso de Geologia na Universidade Federal do Paraná. Após a faculdade, resolveu arriscar: seus primeiros shows mostraram que o palco era o seu lugar. Com isso, passou a se dedicar exclusivamente ao seu lado artístico, e a junção do rock com o piano ganhou forma e começou a pegar a estrada.


É com o projeto Rock ao Piano que Bruno construiu sua identidade, e essa dupla, que pode ser vista como algo incomum para um pianista, é o que rege sua carreira. O músico cria versões completas de grandes clássicos do rock utilizando apenas o instrumento acústico.


 “O projeto ganhou os palcos em 2013, em apresentações em Curitiba, e só em 2014 começamos a visitar outras cidades do Brasil. Nesse mesmo ano eu quis inovar, pois eu vinha fazendo apresentações com repertórios diferentes”, afirma o pianista.  


Com o intuito de apresentar algo impactante e que tivesse mais linearidade, nasceu o show “Pink Floyd ao Piano”, sendo essa a banda que mais o marcou. “Pink Floyd é minha maior influência, então, quis fazer esse projeto direcional e deu muito certo. E desde quando comecei as apresentações, muita gente me perguntava qual seria a próxima banda para a qual eu daria o destaque”.  


QUEEN AO PIANO

Em 2019, Bruno teve um ano profissional complicado, com isso, resolveu começar a pensar em um novo projeto, que tivesse impacto novamente. E dentro de suas várias ideias, surgiu a banda britânica Queen.


A escolha veio por estar também entre suas formações preferidas e como forma de homenagem. “Para mim, o Freddie [Mercury] foi o maior vocalista da história, e é uma banda que, além de ser muito complexa, é legal também, por ser algo que muita gente conhece, tem uma pegada comercial muito forte. Só que tem muita coisa da banda que muita gente não conhece, e pensei em fazer um concerto, assim como fiz com o Pink Floyd, como forma de homenagear mesmo”, enfatiza.


A ideia do pianista é mostrar o Queen profundamente, uma viagem por sua história. Inicialmente, pretendia estrear em 2020, mas, com a pandemia, teve de adiar. 


“Com tudo que aconteceu, não pude estrear. E eu não quis fazer esse show via internet, segurei até este ano, quando foi possível voltar às atividades presenciais e, em março, conseguimos estrear em Curitiba”. Seu reportório tem desde conhecidas canções, como “Bohemian Rhapsody”, “Love of My Life” e “Don’t Stop Me Now”, até outras menos conhecidas, como “The Loser in the End” e “Spread Your Wings”.


O concerto chega pela primeira vez em Mato Grosso do Sul no dia 23, em Campo Grande, no Teatro Glauce Rocha, e para Bruno o momento é de altas expectativas, pois, após a divulgação, o local precisou ser trocado, em razão da alta procura. “Faz muito tempo que quero chegar em Campo Grande, e receber a proposta para trocar o local para um maior foi incrível, estou muito feliz”, conclui.


 

SERVIÇO

O evento está marcado para as 18h30min deste sábado, no Teatro Glauce Rocha. Os ingressos poderão ser retirados no local com uma hora de antecedência, na bilheteria do teatro (sujeito à lotação do espaço). 


O espetáculo é uma realização da Fecomércio-MS, por meio do Sesc Cultura e parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Nenhum comentário: