sábado, 23 de abril de 2022

PSDB: Leite divulga carta endossando prévias; Doria fala em 'gesto de grandeza'

 

Estadão

SÃO PAULO - 


Após se movimentar dentro do PSDB em busca de aliados para uma candidatura presidencial tucana, o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) recuou e disse, em carta divulgada nesta sexta-feira, 22, que seu partido "deve ter candidato a presidente" e que, hoje, "este nome é João Doria". Leite lembrou que o ex-governador paulista o derrotou nas prévias tucanas o no ano passado "das quais nunca se buscou tirar legitimidade". Em resposta, Doria divulgou documento em que ressalta o "gesto de grandeza" de Leite.



Para o gaúcho, qualquer caminho diferente da candidatura de Doria pelo PSDB dependeria de entendimento com o próprio pré-candidato escolhido nas prévias. "Assim, me coloco ao lado do meu partido e desta candidatura, na expectativa de que a união do PSDB contribua com a aguardada unificação dos atores políticos do centro daqui até a eleição de outubro", completou Leite.


O ex-governador gaúcho relatou que se encontrou com Doria na terça-feira, 19. Segundo Leite, relatou ao pré-candidato do PSDB que se quisesse apenas ser candidato a presidente da República, "como uma ideia fixa acima de tudo e de todos", teria trocado de partido. "Mas não foi o que eu fiz. Quando renunciei ao cargo de governador e permaneci no PSDB, deixei claro que estava fazendo tal movimento porque a lei eleitoral exigia, pois o tempo da lei não é igual ao tempo da política".


Na carta, Leite relata, no entanto, que tomaria um caminho contrário aos esforços de convergência em torno de uma candidatura e que se colocaria "com toda a disposição para auxiliar na construção suprapartidária de uma alternativa para o Brasil". "O tempo e a energia demandados neste processo eram incompatíveis com as tarefas de governo, e a renúncia me abria todas as possibilidades eleitorais sem me retirar nenhuma", ponderou.


Leite destacou também ter relatado a Doria que segue disponível para liderar um projeto nacional, se este for o desejo dos partidos do centro democrático e, sobretudo, do PSDB. "No PSDB, eu e Doria precisamos um do outro para estarmos mais fortes e unidos para enfrentar a campanha mais importante da história recente do país, independentemente do lugar que ele e eu estejamos ocupando no período eleitoral".


"Ouvi do ex-governador João Doria que ele não abre mão de ser o candidato do PSDB a presidência da República. Ele tem este direito e esta legitimidade, vencedor das prévias que foi. E ele ouviu de mim que não serei eu, que tanto prezo o diálogo democrático, que criarei entrave de qualquer natureza para tirar dele a vontade e o direito que tem. Repito: eu não renunciei para dividir o meu partido, mas para somar onde mais posso ajudar o meu estado e o meu país", completou.


'Gesto de grandeza por um só Brasil e um só PSDB', responde Doria

Logo depois da divulgação da carta de Eduardo Leite, a assessoria de comunicação de João Doria divulgou texto em resposta. Leia na íntegra:


É com otimismo que recebo a manifestação pública do ex- governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, uma expressiva liderança do nosso partido. O gesto de reconhecimento de Eduardo, do resultado das prévias e pela candidatura única do PSDB para a presidência da república é prova de coerência e bom senso. Finalmente, foram superadas todas as divergências internas, corroborando com o resultado e a legitimidade das prévias que mobilizaram mais de 44 mil eleitores tucanos. É um gesto honrado, democrático e elogiável.


O Brasil precisa enfrentar seus mais graves problemas com união, cooperação, humildade e trabalho. O PSDB já mostrou ao Brasil que é capaz de tirar o país de graves crises, como aconteceu com o Plano Real. Somos, Eduardo e eu, do partido da responsabilidade fiscal, da estabilidade econômica e dos programas sociais.


Juntos vamos construir uma candidatura forte do centro democrático, ao lado do MDB, União Brasil e Cidadania por um país mais justo, solidário e pacificado. É hora de união contra a polarização que nos afoga. O Brasil tem opção e o nome desta opção é esperança. Unidos, venceremos.

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