Após desembarcar no último sábado (22) em São Paulo de um voo com origem na Índia, onde circula uma variante mais perigosa da Covid-19, um morador de Campos dos Goyatacazes viajou até o Rio de Janeiro, onde se hospedou em um hotel.
No domingo (23), ele foi de carro para a cidade do Norte Fluminense e, depois, retornou para a capital na segunda-feira (24), onde voltou a se hospedar. Durante dois dias, o caso investigado circulou por três cidades e teve contato com dezenas de pessoas.
Isso ocorreu pois o paciente foi liberado no Aeroporto Internacional de Guarulhos para seguir viagem após realizar um exame RT-PCR no laboratório da Anvisa, apesar disso, a liberação ocorreu antes do resultado do teste.
O resultado positivo saiu quando o homem já estava no Rio. Outras duas pessoas que tinham viajado com ele foram testadas, mas o resultado foi negativo para a presença do vírus da Covid. Conforme publico no O Globo, o viajante fez um texto 72h antes para embarcar na Índia, com resultado negativo, e só procurou as autoridades de saúde no Brasil porque sentiu um mal-estar.
De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, a informação sobre o caso suspeito só chegou no domingo (23), através do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde, de São Paulo, que teria dito que o homem não informou à Anvisa sobre a suspeita de Covid.
Desde então, de acordo com a pasta, todos os passageiros do voo, que residem no Rio, já teriam sido identificados e orientados a fazer isolamento por 14 dias. Eles são acompanhados por equipes das vigilâncias sanitárias de seus respectivos municípios.
As amostras coletadas do homem foram enviadas para o laboratório da Fiocruz, que vai fazer o sequenciamento genético para descobrir se o morador de Campos foi infectado pela variante.
Para Lígia Bahia, especialista em Saúde Pública da UFRJ, houve falha na vigilância epidemiológica:
“O pior de tudo foi ele seguir viajando já com teste. A conduta é o pelo auto isolamento em locais adequados. Se a pessoa tiver condições, em um hotel com regras rígidas, com comida entregue no quarto e sem circulação. Se for um viajante sem dinheiro, as instituições públicas devem providenciar”, disse.
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