quarta-feira, 26 de maio de 2021

Vigilância falhou em caso de suspeito de variante da Índia, afirma especialista

 



Após desembarcar no último sábado (22) em São Paulo de um voo com origem na Índia, onde circula uma variante mais perigosa da Covid-19, um morador de Campos dos Goyatacazes viajou até o Rio de Janeiro, onde se hospedou em um hotel.


No domingo (23), ele foi de carro para a cidade do Norte Fluminense e, depois, retornou para a capital na segunda-feira (24), onde voltou a se hospedar. Durante dois dias, o caso investigado circulou por três cidades e teve contato com dezenas de pessoas.


Isso ocorreu pois o paciente foi liberado no Aeroporto Internacional de Guarulhos para seguir viagem após realizar um exame RT-PCR no laboratório da Anvisa, apesar disso, a liberação ocorreu antes do resultado do teste.


O resultado positivo saiu quando o homem já estava no Rio. Outras duas pessoas que tinham viajado com ele foram testadas, mas o resultado foi negativo para a presença do vírus da Covid. Conforme publico no O Globo, o viajante fez um texto 72h antes para embarcar na Índia, com resultado negativo, e só procurou as autoridades de saúde no Brasil porque sentiu um mal-estar.


De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, a informação sobre o caso suspeito só chegou no domingo (23), através do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde, de São Paulo, que teria dito que o homem não informou à Anvisa sobre a suspeita de Covid.


Desde então, de acordo com a pasta, todos os passageiros do voo, que residem no Rio, já teriam sido identificados e orientados a fazer isolamento por 14 dias. Eles são acompanhados por equipes das vigilâncias sanitárias de seus respectivos municípios.


As amostras coletadas do homem foram enviadas para o laboratório da Fiocruz, que vai fazer o sequenciamento genético para descobrir se o morador de Campos foi infectado pela variante.


Para Lígia Bahia, especialista em Saúde Pública da UFRJ, houve falha na vigilância epidemiológica:


“O pior de tudo foi ele seguir viajando já com teste. A conduta é o pelo auto isolamento em locais adequados. Se a pessoa tiver condições, em um hotel com regras rígidas, com comida entregue no quarto e sem circulação. Se for um viajante sem dinheiro, as instituições públicas devem providenciar”, disse.

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