quinta-feira, 6 de maio de 2021

Paulo Gustavo revelou medo de morrer de Covid-19 por ter problema respiratório

 



FOLHAPRESS

No início da pandemia, em maio de 2020, Paulo Gustavo, morto nesta terça (4) por complicações da Covid-19, disse que tinha muito medo de ser contaminado pelo novo coronavírus. A declaração foi dada pelo ator e humorista em entrevista para o programa Além da Conta, do GNT.


"Eu tenho problema respiratório. Eu tenho muito medo, porque eu vejo essas matérias das pessoas dizendo...a medicina não sabe ainda como esse vírus reage dentro de cada pessoa. Tenho medo de pegar isso e a pessoa não saber o que usa em mim, e eu morrer", afirmou ele na conversa realizada remotamente com Ingrid Guimarães. 


Paulo Gustavo tinha asma sob controle, o que hoje os médicos não classificam como comorbidade para a Covid-19.


Durante a atração, Paulo Gustavo disse que estava em isolamento e falou sobre a sua preocupação com a transmissão do coronavírus. "Às vezes, você pode ser uma pessoa assintomática, que não tem sintoma, e você pode passar para uma pessoa que está do seu lado. De todos os lados, eu prefiro ficar na quarentena, já que eu posso."


Questionado por Ingrid sobre como seguir fazendo humor mesmo diante do número alto de mortes, o ator afirmou que procurava ter um equilíbrio em suas postagens nas redes sociais.


"Mas acho que cada um tem uma função aqui na Terra. Eu sou um cara que sou um comediante, eu tenho facilidade para fazer as pessoas rirem e acho que as pessoas estão precisando disso."


Ele disse que recebia muitas mensagens e comentários dos seguidores o agradecendo. "As pessoas me mandam: 'Obrigada pelo primeiro riso do meu dia'. Então, isso também é uma forma de ser caridoso com quem está precisando, porque o que a gente faz para as pessoas vai muito além da brincadeira ali. A gente cura, a gente transforma as pessoas", concluiu.


Carreira

Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, em 30 de outubro de 1978. Ele se formou em artes cênicas em 2005 pela Casa de Artes Laranjeiras, na capital fluminense. Entre seus colegas de turma estavam Fábio Porchat e Marcus Majella, hoje também comediantes de sucesso.


O ator criou a desbocada Dona Hermínia inspirado em sua própria mãe, Déa Lúcia Vieira Amaral. A personagem surgiu logo na estreia profissional de Paulo Gustavo, na peça “Surto”, encenada no Rio em 2004. Não demorou para estrelar seu próprio espetáculo, a partir de 2006 -o monólogo “Minha Mãe É uma Peça”, que rodou pelo Brasil durante anos.


O sucesso no teatro atraiu a atenção da televisão. Depois de participações pontuais em novelas e séries cômicas, Paulo Gustavo finalmente ganhou um programa, “220 Volts”, em que interpretava diversos personagens. A atração teve cinco temporadas no Multishow entre 2011 e 2016, além de um especial de Natal exibido pela Globo em dezembro do ano passado.


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No cinema, Paulo Gustavo fez sua primeira aparição marcante na comédia “Divã”, de José Alvarenga Jr., de 2009. Era o cabeleireiro René, confidente da protagonista Mercedes, vivida por Lília Cabral. Dois anos depois, o filme rendeu uma série na Globo que durou só uma temporada, e o ator repetiu o personagem em alguns episódios.


Em 2013, o ator engatou outro sucesso marcante, a sitcom “Vai Que Cola”, até hoje na grade do Multishow. Paulo Gustavo fez Valdo, nas quatro primeiras temporadas. É um vigarista que, depois de dar um golpe na zona sul do Rio de Janeiro, se esconde em uma pensão no Méier, na zona norte da cidade. Mais tarde, ele faria participações especiais na quinta e na oitava temporadas da série.


Foi também em 2013 que estreou “Minha Mãe É uma Peça: O Filme”, a primeira adaptação para o cinema das aventuras de Dona Hermínia. Dirigido por André Pellenz, o filme vendeu mais de 4 milhões de ingressos e consolidou Paulo Gustavo como um “household name” -aquele tipo de celebridade que todo mundo sabe quem é.

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