Em abril, o município apresentou um aumento superior a 91% no número de casos confirmados de Covid-19
Beatriz Magalhães
Sem leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para atender pacientes com Covid-19, Dourados entra em colapso na saúde. Na sexta-feira (21), 55 pessoas estavam na fila de espera por uma vaga em hospital.
Em nota, a prefeitura disse que não suporta mais a demanda.
A macrorregião de Dourados, município localizado a 229 km da Capital, atende outras 33 cidades.
Por meio de sua assessoria, a cidade disse que “está enfrentando o maior desafio desde o início da pandemia”.
Em abril, o município apresentou um aumento superior a 91% no número de casos confirmados da doença.
De acordo com o boletim diário, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde, 203 novos casos de infecção pelo coronavírus foram registrados na última atualização.
A ocupação global dos leitos é de 95% na macrorregião, o que representa todos os leitos de UTI, sendo os leitos destinados a pacientes com Covid-19 e geral.
No ranking, o município está atrás apenas de Campo Grande e representa 11% dos casos registrados em MS.
“Quanto aos números de casos, o controle também depende de uma política regional. A leitura dos técnicos e especialistas é de que nada adianta Dourados decretar lockdown de forma isolada sem estar em sintonia com os municípios do entorno. A administração entende que só em parceria com os municípios e o governo do Estado será possível adotar estratégias mais eficazes neste momento tão difícil”, conclui a nota emitida pela prefeitura, que fala também pela Fundação de Serviços de Saúde de Dourados (Funsaud).
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) recusou a doação de 11 monitores para a ativação de novos leitos de UTI.
“Encaminhamos monitores para Dourados, mas a universidade federal não quis recebê-los. Eu penso que, nessas circunstâncias, eles deveriam aceitar. A recusa foi de 11 monitores, mas já fomos atrás e outros serão enviados ao município”, afirma Resende.
Em nota, a UFGD afirmou ao Correio do Estado que os monitores recusados são equipamentos que não cumprem critérios mínimos para uso em UTI.
As especificações técnicas sobre quais tipos de aparelhos são necessários foram devidamente apontadas pela equipe HU/UFGD por meio de convênio com o governo estadual e municipal, visando à implantação da UTI Covid-19 na Unidade da Mulher e da Criança do HU/UFGD.
“Desde abril, a UFGD está em negociação para receber aparelhos que foram doados pela empresa Suzano, equipamentos estes que seguem a recomendação estipulada pela equipe técnica do Hospital Universitário”, encerrou a nota.
(Com colaboração de Mariana Moreira)
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