A suspensão das exportações de carne da Argentina por 30 dias, decretada pelo presidente Alberto Fernandez, pode acabar afetando o mercado internacional em um efeito dominó, de acordo com o que afirmou a ESPM. De acordo com o presidente do nosso país vizinho, a iniciativa foi tomada para conter a forte alta do produto no mercado doméstico, que acumula inflação de 65% no último ano.
Para Jorge Dietrich, coordenador do Master em Gestão e Marketing do Agronegócio da ESPM Porto Alegre, o cenário deve ser acompanhado com atenção. “Ainda é cedo para avaliarmos as dimensões do impasse e o mercado exportador brasileiro precisa acompanhar com atenção os desdobramentos políticos e econômicos das conversas. Caso essa situação persista, evidentemente teremos impactos mais amplos no mercado como um todo. A economia argentina enfrenta dificuldades e as partes envolvidas serão pressionadas para uma resolução rápida do problema”, afirma.
Para os produtores brasileiros, no entanto, esse movimento pode ser bastante significativo e representar um benefício considerável, pois pode abrir terreno para o Brasil no mercado internacional. “Uma mudança repentina no cenário de fornecimento para a China pode causar um efeito dominó e beneficiar os produtores brasileiros e uruguaios”, diz. Segundo ele, a importância do impasse se dá pelo peso da Argentina no mercado internacional de carne. Brasil, Argentina e Uruguai estão entre os maiores exportadores mundiais do produto.
“É uma medida que falhou no passado e continuará a falhar. Isso em pouco tempo não vai ter nenhuma repercussão (para o consumidor). Se for mantida ao longo do tempo, alcançará novamente um maior desinvestimento no setor e uma perda de empregos na indústria da carne. É uma loucura que não vai conseguir nada; vai predispor um setor ruim novamente”, disse Horacio Salaverri, presidente da Confederação das Associações Rurais de Buenos Aires e La Pampa (Carbap).
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