A Fundação Bill & Melinda Gates está investindo em um projeto que busca controle biológico para as doenças transmitidas pelo carrapato do gado (Rhipicephalus microplus). A iniciativa colaborará para a criação de uma solução para pecuaristas ao redor do mundo, tendo destaque para o Brasil, que tem o segundo maior rebanho bovino do globo e é o principal exportador desse tipo de carne.
A desenvolvedora da solução, a britânica Oxitec vai trabalhar em parceria com a Clinglobal, um dos maiores prestadores de serviços de saúde animal com base científica do mundo, sediada nas Ilhas Maurício, incorporando sua profunda experiência e liderança em práticas de controle de vetores animais. O anúncio marca o primeiro passo da empresa no desenvolvimento de uma solução autolimitante para pragas pecuárias.
A chamada Tecnologia do Bem oferece uma solução segura, ecologicamente correta e sustentável, comprovada por reduzir significativamente as populações de pragas em níveis muito baixos. Uma futura solução, que a tenha como base o controle do carrapato do gado, reduzirá a dependência de pesticidas e oferecerá aos criadores uma nova forma de proteger a saúde de seus animais sem o uso de produtos químicos.
“O carrapato do gado é uma praga devastadora, que causa altas taxas de mortalidade do animal, o que impacta a vida dos agricultores e a segurança alimentar em todo o planeta. Com poucas soluções eficazes disponíveis para o controle, esse novo programa estabelecerá as bases para uma solução acessível aos pecuaristas globalmente”, afirma Grey Frandsen, CEO da Oxitec.
O carrapato do gado, também conhecido como carrapato azul asiático, tem impacto econômico em todo o mundo, causando bilhões de dólares em danos e perdas. Originalmente nativo da Ásia, se espalhou pelo mundo, causando devastação na África Subsaariana e nas Américas e transmitindo doenças mortais como babesiose e anaplasmose. Atualmente, os criadores de gado dependem de pesticidas para controlá-lo, porém o parasita se tornou amplamente resistente a esses produtos químicos.
Além de apoiar esse projeto, a Fundação Gates também investiu na aplicação da Tecnologia do Bem no desenvolvimento do mosquito Anopheles stephensi com um gene autolimitante, que contribuirá no controle da ameaça invasiva da malária no Chifre da África e apoiará a luta contra a doença nas Américas.
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