sexta-feira, 12 de março de 2021

Senadora Soraya discute cronograma de obras do aeroporto de Dourados

 









Preocupada com as obras do aeroporto de Dourados (MS) desde o início do seu mandato, a senadora Soraya Thronicke (PSL) reuniu-se, por meio de videoconferência, com secretário nacional da Aviação Civil, Ronei Saggioro, para discutir sobre o cronograma de ampliação da pista e novo terminal de passageiros. De acordo com a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), para a execução dessas intervenções de melhoria, o terminal terá de ser fechado de 1º de maio a 31 de setembro deste ano, e depois de 1º de março a 30 de setembro de 2022.


Segundo a parlamentar sul-mato-grossense, a notícia do fechamento do aeroporto de Dourados para a realização das obras é motivo de preocupação para a população local. “O terminal ficará fechado por seis meses neste ano e, depois de um interstício de quatro meses aberto, fechará novamente no próximo ano por mais sete meses. O que gostaríamos de pedir é uma reanálise desse cronograma de obras e, caso fosse possível, que o aeroporto seja fechado uma única vez ou que seja fechado por um período mais curto na segunda intervenção”, declarou.


Ainda na videoconferência, que também contou com a presença do diretor de Obras de Cooperação do Departamento de Engenharia e Construção do Exército (DEC), general Marcelo Guedon, e do prefeito de Dourados, Alan Guedes, Soraya Thronicke explicou que está em contato com representantes das companhias aéreas da GOL e AZUL e, dificilmente, elas vão operar no período desse interstício das obras. “Por isso, temos medo que as duas companhias aéreas comecem a operar apenas em Ponta Porã nesse período e não voltem mais a operar em Dourados”, reforçou.


A senadora recorda que esteve na Infraero e cogitou a possibilidade de uma parceria para a operação das companhias aéreas simultaneamente com a realização das obras de melhoria do aeroporto. “Não sei se essa seria uma solução, mas é a minha contribuição para amenizar esse problema. Dourados é o polo de 33 municípios e a operação desse aeroporto é fundamental para o fomento da economia da região”, ressaltou.


O prefeito de Dourados, Alan Guedes, destaca que essa obra é fundamental e decisiva para o desenvolvimento da região, que conta com mais de um milhão de habitantes. “O nosso aeroporto tem apresentado um bom fluxo de passageiros e, antes da pandemia, tínhamos cinco voos diários para o Estado de São Paulo, que é um número bem interessante para um aeroporto do porte do nosso. Claro que a suspensão da atividade por seis meses causou receio para a comunidade aeroportuária sobre a retomada da operação”, lamentou.


Ele acrescenta que, se não for possível continuar operando com as obras em andamento, a SAC possa ajudar junto à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) para que os serviços que são prestados no aeroporto não percam as licenças. “Temos duas escolas de aviação e também temos a aviação agrícola e, com o fechamento do aeroporto, as licenças de ambas podem ser removidas. Para que isso não afete a economia da cidade e a saúde dessas empresas, queremos o apoio da SAC para os pleitos junto à ANAC caminhem para um novo credenciamento temporário dessas empresas nos aeroportos da região que têm condições de receber essas operações”, solicitou.


Resposta


O diretor de Obras de Cooperação do DEC, general Marcelo Guedon, destaca que as colocações da senadora e do prefeito de Dourados são muito oportunas. “Estamos bem alinhados, pois a parceria com a Infraero foi identificada pelo Exército desde o início e isso nos levou a estabelecer um contrato com ela para ser a consultora do 9º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército no contexto dessa obra, até pela complexidade dessa intervenção e preocupação para que as medidas técnicas sejam as mais efetivas”, relatou.


O general Guedon explica que a particularidade do aeroporto de Dourados difere um pouco de outras obras que o Exército já realizou e permitiram a execução mediante ao fechamento diário do terminal em uma determinada janela de tempo, liberando o local para a operação normal. “O que é diferente no aeroporto de Dourados? É que lá, além do revestimento asfáltico na pista, a lateral da pista, chamada de faixa preparada, também receberá uma intervenção. Teremos de fazer uma escavação na lateral da pista, o que coloca em risco o pouso das aeronaves, ou seja, a operação simultânea com as obras é inviável”, disse.


Já o secretário nacional da Aviação Civil, Ronei Saggioro, pontuou que o caminho é tentar fazer um trabalho de minimizar todos os transtornos possíveis, tanto nessa primeira fase da obra, quanto na próxima. “É um trabalho meticuloso para tentar reduzir o tempo de obra para diminuir o tempo de janela. Sobre o risco de a ida das companhias aéreas para Ponta Porã ser definitiva, isso é possível, pois é uma cidade fronteiriça que não tem voos diários para os grandes centros e apresenta uma boa demanda. Porém, não me preocupo tanto com isso porque o mercado de aviação regional está retornando, principalmente para regiões com um agronegócio forte”, argumentou.


O secretário nacional da Aviação Civil declara que o Exército vai trabalhar tudo que puder na primeira janela e contar com a sorte na questão da meteorologia. “Com tempo seco, as obras vão mais rápido e será possível focar os esforços na execução das obras. Dá para adiantar o serviço na primeira janela e a segunda pode ser reduzida e, quem sabe, até não ser necessária. Temos uma equipe muito competente e com o viés de fazer as obras com o menor sofrimento possível”, finalizou.

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