sábado, 20 de março de 2021

Embrapa detecta 32 tipos de agrotóxicos e produtos de degradação no Rio Dourados

 

Dentre os produtos foram encontrados 15 herbicidas, oito inseticidas, três fungicidas e seis produtos de degradação


Ana Karla Flores

Estudo realizado pelo Laboratório de Análises Ambientais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) detectou 32 tipos de agrotóxicos ou produtos de degradação do Rio Dourados.  


Dos 32 compostos encontrados no Rio Dourados, a classificação com base no seu tipo foi: 15 herbicidas, oito inseticidas, três fungicidas e seis produtos de degradação.


A pesquisa foi realizada durante o período de 10 de dezembro de 2019 a 11 de dezembro de 2020. Amostras foram coletadas mensalmente ou quinzenalmente, em três pontos de amostragem diferentes.


O objetivo era analisar a qualidade da água das bacias hidrográficas em vários rios do Estado, a partir da monitoração de resíduos de 46 tipos de agrotóxicos e os devidos produtos de degradação em amostras de água.  


As concentrações dos agrotóxicos e dos produtos de degradação detectados nas amostras de água do Rio Dourados que são previstos na legislação (atrazina, alacloro e simazina) não ultrapassaram os valores máximos permitidos (VMP) pela legislação brasileira e, portanto, estão em conformidade com a norma vigente.  


No entanto, para grande parte dos agrotóxicos detectados nesse estudo, os VMP não são estabelecidos e contemplados pela legislação brasileira no que concerne à qualidade das águas superficiais. De acordo com os especialistas da pesquisa, é urgente a necessidade de inclusão dos VMP desses agrotóxicos na legislação brasileira.


Os resultados obtidos são para diagnóstico do nível de exposição do Rio Dourados aos agrotóxicos utilizados nos principais sistemas de produção da região, fornecendo dados técnico-científicos para aprimoramento de políticas públicas. 


Um exemplo, é a inclusão de agrotóxicos não previsto na legislação e regula valores máximos permitidos desses compostos em águas superficiais.


Além disso, as amostras servem para o processo de avaliação do risco ambiental de agrotóxicos pelas autoridades regulatórias.  


De acordo com o estudo, quanto transportados para a água, os agrotóxicos colocam em risco a biodiversidade aquática e a qualidade das fontes de captação de água para a população local e animais.  


As formas em que o produto é aplicado para o controle de pragas, doenças e plantas daninhas, podem ser um importante processo para entrada dos agrotóxicos nas águas superficiais.


Laboratório de Análises Ambientais


O Laboratório de Análises Ambientais da Embrapa Agropecuária Oeste foi inaugurado com parceria estabelecida entre várias Instituições. A equipe do laboratório monitora a qualidade da água das bacias hidrográficas em vários rios do Estado, além da água potável de alguns municípios.


O laboratório é resultado de um investimento total de mais de R$ 3 milhões, utilizados para a obra de construção física do prédio, aquisição de novos e modernos equipamentos, além de custeio para pagamento dos padrões analíticos.  


A parceria viabilizou recursos provenientes da Embrapa, do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Prefeitura Municipal de Dourados, por meio do Instituto do Meio Ambiente de Dourados (IMAM).


Com informação do Portal Correio do Estado

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