Ele foi o primeiro delegado de polícia a se tornar secretário de segurança do Estado
Glaucea Vaccari
O delegado de Polícia Civil e ex-vereador de Campo Grande, Rui de Oliveira Luiz, morreu nesta quinta-feira (11), aos 81 anos, em Campo Grande.
Ele estava internado no Hospital da Unimed e faleceu por complicações de uma pneumonia.
Rui de Oliveira foi o primeiro delegado de polícia a se tornar secretário estadual de Segurança em Mato Grosso do Sul.
Rui de Oliveira nasceu em Rochedinho, distrito da Capital, mas quando ainda era bebê, os pais se mudaram para a cidade de Bandeirantes, onde ele morou até os 8 anos, quando a família novamente se mudou, desta vez para Campo Grande.
Na Capital, ele foi servente de pedreiro, trabalhou em fábrica de ladrilhos e com serviços gerais no Colégio Dom Bosco e por nove meses no Exército Brasileiro, onde prestou serviços.
Mais tarde, conseguiu um emprego de faxineiro e entregador de correspondência em uma Delegacia de Polícia Civil.
Em agosto de 1961, aos 22 anos, ele, que tinha apenas a pré-escola, decidiu retomar os estudos.
Em setembro do mesmo ano, foi promovido e nomeado para exercer cargo de guarda-civil, o que atualmente corresponde ao trabalho desenvolvido pelos agentes de trânsito
No ano seguinte, em 1962, o novo delegado central de polícia de Campo Grande, João Batista Pereira, viu potencial em Rui e o promoveu ao cargo de escrivão de polícia.
Naquela época, ainda não havia concurso público para a carreira de policial civil e os agentes eram todos nomeados para os cargos.
Encantado com a rotina da profissão, Rui de Oliveira continuou a se dedicar aos estudos para seguir carreira e, em 1977, foi aprovado para o curso superior de Ciência Jurídica na Faculdades Unidas Católica de Mato Grosso (FUCMT), atual Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).
Após a conclusão do curso, ele foi nomeado ao cargo de delegado de polícia do Jardim Paulista, bairro que era violento. Com a divisão do Estado, Oliveira foi convidado para cargo de chefe de estabelecimento do interior do Departamento de Segurança Penitenciária (DSP)
Também com a divisão do Estado, policial que deu o emprego de faxineiro para Oliveira assumiu a Secretaria Estadual de Segurança Pública e convidou Oliveira para assumir o cargo de corregedor-geral da Polícia Civil.
Em 1983, ele foi Diretor Geral da PCMS e, em 1986, foi convidado pelo então governador do Estado, Ramez Tebet, para assumir a Secretaria de Segurança Pública, onde ficou por 10 meses, saindo para disputar um cargo político.
Em 1989 foi eleito vereador, sendo também o primeiro delegado do Estado a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal.
No entanto, ele não conclui o mandato, pois foi convidado novamente para assumir o cargo de secretário estadual de segurança na gestão do governador Marcelo Miranda Soares.
Em entrevista ao Correio do Estado em 2016, Rui de Oliveira Luiz afirmou que nunca teve o sonho de ser delegado, pois a inexperiência não o permitia.
"Quando trabalhei de faxineiro, comecei a ver, muito incentivado pelo doutor Plínio, que eu precisava estudar para ser alguém na vida e foi isso que eu fiz”, disse na época.
Ele deixa esposa, quatro filhos, oito netos e bisavô de seis bisnetos.
O velório terá início às 13h, no Cemitério Parque das Primaveras, com sepultamento às 15h.
Com informação do Portal Correio do Estado
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