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“Os preços internacionais [das commodities agrícolas] não só recuperaram o que foi perdido durante a pandemia, mas também atingiram um nível claramente superior ao que tinham antes da crise global de 2020”. A avaliação é de Juan Manuel Garzón, economista do IERAL (Fundação Mediterrânea), apontando a China como diferencial de demanda para os exportadores líquidos no início de 2021.
A melhora dos preços, aponta ele, ficaram entre 20% e 30% na média segundo monitoramento dos organismos internacionais. Segundo Garzón, a aceleração das importações chinesas se somou aos fatores transversais na valorização das commodities: recuperação da economia e do comércio global, liquidez financeira e baixas taxas de juros.
“Embora pareça arriscado afirmar, dada a volatilidade que têm mostrado e as nuances que prevalecem nos mercados, os preços das commodities agrícolas parecem ter atingido seus limites máximos, pelo menos os mais relevantes: caso da soja”, afirma o economista.
De acordo com ele, o mercado futuro da Bolsa de Chicago já opera com um reajuste entre 10% e 15% para o segundo semestre do ano no preço da oleaginosa. “Observe que não se trata de um retorno ao nível pré-pandêmico, mas sim de uma situação intermediária”, destaca ele.
Reforçando a interpretação de que o ciclo de alta dos preços teria perdido muita força, Garzón destaca que as importações de soja da China “pararam de crescer nos últimos três meses, e se estabilizaram em 100 milhões de toneladas ano, o que indicaria que esse volume está sendo suficiente para que a gigante gere estoques com os quais se sinta relativamente confortável e também para suprir o fluxo de consumo esperado em seu mercado interno”.
Uma escalada descendente semelhante, segundo ele, é vista também nos futuros de milho. Novamente, não se trata de um retorno ao patamar de preços pré-pandemia, mas sim de uma situação intermediária. Os chamados fundos hedge (que compram e vendem contratos futuros) parecem ter atingido seu nível máximo de contratos adquiridos, e há várias semanas vêm desmontando lenta, mas continuamente, parte dessas posições.
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