segunda-feira, 3 de junho de 2019

Abertura do mercado asiático beneficia produtores do Estado






Na última semana de maio, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou envio de documento, no qual estão listadas 30 plantas de frigoríficos de bovinos, suínos e aves.

O objetivo é aumentar a comercialização dos produtos nacionais para a China, que enfrenta um surto preocupante de peste suína africana, o qual pode reduzir entre 25% e 35% a produção. Em volume, a queda representa pelo menos 13 milhões de toneladas a menos no mercado que mais consome a proteína suína.

A ministra Tereza Cristina Corrêa esclareceu que, atualmente, o Brasil tem mais de 50 plantas frigoríficas habilitadas a exportar para a China, das quais seis são de bovinos, nove de suínos e 39 de aves.

Mato Grosso do Sul tem dois frigoríficos em funcionamento, um na cidade de Dourados e outro em São Gabriel do Oeste. As duas plantas funcionam no sistema de produção de carne processada, porém, com condições de manipular carne in natura.

SETOR PRODUTIVO

O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (Asumas), Alessandro Boigues, revela que Mato Grosso do Sul está preparado para aproveitar o bom momento e ampliar a comercialização internacional.

“Antes mesmo dessa notícia, os produtores já tinham iniciado um planejamento para ampliar a atividade, e a principal demanda é por crédito. Nos quesitos biossegurança, sustentabilidade e produtividade, conquistamos destaque nacional, então, agora é tentar habilitação dos dois frigoríficos em funcionamento”, detalha.

Outro fator que evidencia a valorização da carne suína brasileira é o preço, que saltou de R$ 2,80 o quilo (abril de 2018) para R$ 4,00 em abril deste ano. Em contrapartida, os custos de produção podem sofrer uma drástica alteração, em razão das chuvas torrenciais registradas nos Estados Unidos (EUA).

“O ano começou com o preço dos grãos em queda, porém, a instabilidade climática dos EUA mudou tudo. Se não chover até o início de junho, os agricultores perderão o prazo de plantio e o alimento mais utilizado na alimentação pecuária vai recuar. Países produtores como o Brasil conseguirão bons negócios, novamente. Mas é preciso avaliar que, mesmo com a valorização da saca do milho, o produtor manterá o equilíbrio na margem do lucro, em razão do crescimento no preço da proteína suína”, observa Boigues.

Reforçando a estruturação do setor para os próximos anos, o dirigente da Asumas pontua que três grandes projetos para construção de granjas aguardam liberação de crédito rural no FCO, no valor de R$ 100 milhões. “São três cidades da região norte do Estado, inclusive que não têm tanta tradição em suinocultura, como Rio Verde, por exemplo, que prevê o funcionamento inicial com 15 mil matrizes”, conclui.

SANIDADE EM SUÍNOS

O presidente da Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos  (Abraves-MS), Carlos Carrijo, esclarece que a suinocultura industrial brasileira tem excelente status sanitário, considerada livre das principais enfermidades de impacto socioeconômico, já presentes em países de diferentes continentes (síndrome reprodutiva e respiratória suína e peste suína africana).


“​Os investimentos em biosseguridade, entre outros, favorecem a manutenção e melhoria de nosso status sanitário, permitindo o alcance de excelentes índices zootécnicos e menores custos de produção. Além disso, contribuem com a prevenção de enfermidades e favorecem nosso acesso a diferentes mercados importadores”, pontua.

Com relação à segurança do plantel de suínos no Brasil, Carrijo revela informações importantes e que dão segurança ao setor produtivo. “Há cerca de quatro décadas o território brasileiro está livre da peste suína africana. Isso reflete o excelente trabalho desenvolvido por todos os órgãos oficiais e por todas os atores envolvidos com a cadeia produtiva do suíno”.Com informação do Portal Correio do Estado

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