quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Serra Pelada chega aos cinemas


MSN

Exibido na noite de encerramento do Festival do Rio em 10 de outubro, Serra Pelada  estreia em circuito nacional nessa sexta-feira, 18. O longa é dirigido por Heitor Dhalia, que recentemente comandou Amanda Seyfried no longa hollywoodiano de 2012 12 Horas. Com a bagagem internacional, o cineasta parece ter incorporado aspectos positivos do cinema norte-americano para filmar Serra Pelada, aliando um ritmo mais dinâmico e envolvente como recursos para prender a atenção do espectador.

O elenco de peso também ajuda. Júlio Andrade, que vive Joaquim, um dos protagonistas, Wagner Moura (mostrando seu lado mais cômico, e não menos relevante), Sophie Charlotte e Matheus Nachtergaele estão totalmente à vontade em cena e conseguem se destacar cada uma a sua maneira. Juliano Cazarré , que ainda deixa transparecer algumas limitações em termos de interpretação, também dá conta do recado, interpretando o outro personagem principal, Juliano, que com Joaquim sai de São Paulo no ano de 1980 em direção ao estado do Pará para tentar a sorte no garimpo de Serra Pelada.

Apesar de o roteiro deixar algumas pontas soltas, você não consegue, por exemplo, entender exatamente como aqueles dois (Joaquim e Juliano) conseguiram tomar para si, diante de uma disputa insana por aquelas terras, um pedaço de Serra Pelada para explorar o ouro. Mas isso, por outro lado, passa longe do foco da trama. Serra Pelada é, essencialmente, um filme sobre o comportamento humano. A intenção de Heitor Dhalia e do roteiro era expor as motivações por trás de cada ação daqueles personagens, compreender seus sonhos ou buscar uma lógica coerente para suas perspectivas.

O diretor acerta em não abrir mãos de uma narrativa ágil, sem dispensar a ação embora o ponto principal fosse a complexidade e o caráter contraditório das figuras vistas na telona. A disputa pelo poder em Serra Pelada e a transição no posto de quem o detém chega até a remeter a clássicos como O Poderoso Chefão. A denúncia sobre a corrupção da polícia no Brasil, embora o filme não tenha pretensões políticas, também não deixa de estar presente, como quando Juliano vai parar na cadeia e um policial pergunta o quanto ele estaria disposto a desembolsar para se livrar da prisão.

Serra Pelada se torna, então, um bom exemplar do catálogo de filmes nacionais em 2013. O longa possui, inteligentemente, as ferramentas certas para agradar diferentes públicos por razões distintas.

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