quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Azambuja entra na campanha e mira adversários de Riedel

 

                                             MARCELO VICTOR 

Governador rebateu críticas de Marquinhos, chamando o ex-prefeito de “Pinóquio”, e também disse que não deixará obras inacabadas, como fez seu antecessor

ALISON SILVA, EDUARDO MIRANDA

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), resolveu deixar uma posição mais neutra e distante da campanha eleitoral e passou a defender mais incisivamente seu legado de oito anos na administração pública e blindar o caminho para o candidato de seu partido, o ex-secretário Eduardo Riedel.


Ontem (13), pela manhã, em entrevista ao programa “Tribuna Livre”, Azambuja criticou indiretamente seu antecessor, André Puccinelli (MDB), que tenta voltar ao governo, por ter deixado obras inacabadas sem recursos garantidos para a conclusão. 


No período da tarde, o governador voltou a mencionar a mesma situação em evento de entrega de cartões do programa Mais Social.  


Também na mesma entrevista ao programa “Tribuna Livre”, Azambuja foi duro com o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD), seu aliado até o fim do ano.  


O governador rebateu algumas críticas que tem recebido da campanha do ex-prefeito e chamou Marquinhos de “Pinóquio”, fazendo referência ao personagem dos livros infantis cujo nariz crescia toda vez que contava uma mentira, e de “Mentirinha”.  


“Tem candidato que só fala mentira. Por isso que está se tornando o candidato mentirinha”, disse o governador. “Quer ser candidato? Tranquilo. Faça sua proposta, fale o que pretende fazer por Mato Grosso do Sul. O que ele não deu conta nem de fazer por Campo Grande, pois a cidade está com um monte de obra inacabada, e ainda deixou um barril de pólvora para explodir na mão da prefeita [Adriane Lopes]”, complementou o governador.


As críticas de Marquinhos e de integrantes de sua campanha, de que o governo não teria ajudado Campo Grande, foram o estopim para a reação do governador do Estado.  


“Não fui eu que na campanha prometeu ônibus com ar-condicionado. Hoje, nem ventilador tem. Daí o governo foi lá e colocou R$ 1,2 milhão por mês para não deixar paralisar o transporte”, exemplificou Azambuja.  


“Eu aceito de tudo, mas mentira não. Tá crescendo o nariz, sabe o Pinóquio? Por isso que tá pegando o nome de candidato Mentirinha, que só fica mentindo para a população”, disse Azambuja ao rebater Marquinhos.  


Na ocasião, Azambuja também disse que, em seus oito anos de mandato, fez questão de fazer um governo municipalista, e que contemplou os 79 municípios de Mato Grosso do Sul, inclusive Campo Grande.  


“Fala que não ajuda Campo Grande. Fica mal para o ex-prefeito, porque ele gravou inúmeros vídeos agradecendo ao governador, ao governo de Mato Grosso do Sul. Agora vem na televisão mentir e dizer que não teve ajuda. Então a gente coloca o vídeo dele agradecendo a parceria, as obras, o dinheiro que ele não tinha para tapar buraco, o dinheiro que ele não tinha para a contrapartida dos convênios”, rebateu Azambuja.


PUCCINELLI

À tarde, ao entregar os cartões do programa Mais Social, que oferece uma bolsa de R$ 400 mensais para famílias carentes, em evento na Escola Estadual Joaquim Murtinho, em Campo Grande, Azambuja alfinetou André Puccinelli (MDB), outro que, assim como Marquinhos Trad (PSD), disputa sua sucessão com Eduardo Riedel.  


“Nossa responsabilidade é entregar o governo muito melhor do que nos entregaram. Todas as folhas salariais estão pagas, as obras que não finalizarmos terão o dinheiro em conta, vinculando a obra com o recurso em conta para não pairar nenhuma dúvida sobre o governo”, disse.  


“Nos entregaram o governo quebrado, devendo, com 200 obras inacabadas, e, como diz o ditado popular, tivemos de nos virar nos 30 para dar conta de resolver os problemas. Vamos dar tranquilidade ao próximo gestor, que vai pegar o governo sendo letra A, feito que permite ao Estado emprestar mais de R$ 2 bilhões do Tesouro”, disse.  


Quando Azambuja tomou posse, sua administração precisou cumprir uma lei aprovada por André Puccinelli que obrigava o futuro gestor a reajustar o salário dos professores. 


Também houve obras inacabadas, como o Aquário do Pantanal e o campus da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems) em Campo Grande.


Com informação do Portal Correio do Estado

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