quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Histórica, Escola Maria Constança ficará em obras até o ano letivo de 2023

 

                                            GERSON OLIVEIRA



Restauração do prédio que foi projetado por Oscar Niemeyer custa R$ 7,2 milhões ao governo do Estado

JUDSON MARINHO


As obras de revitalização da Escola Estadual Maria Constança Barros Machado estão no oitavo mês de duração, mas os alunos só devem voltar a ter aulas no local em 2023, quando a intervenção será finalizada.


Situado na Rua Marechal Cândido Mariano Rondon, n° 451, Bairro Amambaí, o edifício educacional foi inaugurado em 26 de agosto de 1954, tendo atualmente 68 anos de história.


A homologação do resultado da licitação da obra na escola foi publicada no Diário Oficial do governo em novembro de 2021, informando que o objetivo da intervenção era realizar serviços de restauração, reforma e ampliação.


A empresa que venceu a licitação e ficou responsável pela obra na unidade foi a Marco Arquitetura, Engenharia, Construções e Comércio Ltda. O valor investido que consta em edital é de R$ 7.209.139,54.


Em contato com a Secretaria de Estado de Educação (SED), foi informado à reportagem que a unidade escolar está passando por uma readequação.  


“A unidade está passando por uma reforma completa, com restauração e adequações de todos os espaços. Em obras desse porte, são realizadas adequações das redes hidráulica e elétrica, bem como obras de acessibilidade e também de adequação às normas vigentes de prevenção contra incêndios e segurança em geral”, disse a pasta.


Restaurada em outros momentos nos anos de 2012 e 2015, a escola, desta vez, precisou ser interditada para as obras, fazendo com que os alunos matriculados para o ano letivo de 2022 na unidade fossem realocados para outra unidade na região central de Campo Grande pela Secretaria de Estado de Educação.


Intitulado com a mesma nomenclatura, o polo temporário onde os alunos da Escola Maria Constança Barros Machado estão estudando fica localizado na Rua Dom Aquino, nº 1848, no centro da cidade.  


No edifício, funcionava anteriormente uma escola particular de ensino bilíngue. O local, que fica a 1,6 km do prédio original, precisou ser readequado para os alunos da rede pública, passando por pintura na parte externa.


“Quando uma escola recebe uma reforma geral, nós fazemos a transferência dos alunos para outro prédio, para que as atividades não sejam interrompidas”, segundo a Secretaria de Estado de Educação.


Com relação ao prazo para o término e a entrega das obras no Maria Constança, a SED informou que, nas reformas gerais das escolas, os prazos são de aproximadamente 12 meses a partir do início da reforma, com possível prorrogação por igual período, caso seja necessário.


PRÉDIO HISTÓRICO

A Escola Estadual Maria Constança Barros Machado foi a única obra projetada por Oscar Niemeyer em Campo Grande.  


A fachada da unidade lembra um livro aberto. Uma haste branca, posicionada na entrada, traz a ideia de um lápis. No interior, o corredor extenso traz à mente uma régua.  


Originalmente, a escola foi projetada para ser construída na cidade de Corumbá, mas, por determinação do então governador Fernando Corrêa da Costa, a obra foi edificada na Capital.  


O lote onde o edifício foi implantado é um quarteirão de 12 mil m² com formato retangular. Enquanto o terreno em Corumbá era plano, o de Campo Grande tinha uma inclinação de cerca de 4 metros, tirado do ponto mais alto, na Rua Perseverança, até seu ponto mais baixo, na entrada principal pela Rua Marechal Cândido Mariano Rondon.  


O nome da escola é uma homenagem à educadora Maria Constança Barros Machado, pioneira na educação sul-mato-grossense.  


O prédio da escola foi tombado em 1995 como Patrimônio Histórico do Estado.  


OBRAS ANTERIORES

A intervenção mais recente na Escola Estadual Maria Constança Barros Machado ocorreu em 2015, quando foi realizado um projeto de grafismo na parte externa dos muros da unidade escolar.  


Decisão esta que modificou a aparência da construção original e foi parar na 2ª Vara de Direitos Difusos e Coletivos, onde o juiz David de Oliveira Gomes Filho decidiu que o edifício planejado por Oscar Niemeyer não pode ser destruído, demolido nem modificado com pintura ou qualquer manifestação artística.  


Outra reforma que foi realizada sem alterar as características originais da construção ocorreu em 2012, e a escola recebeu reparos, pelo governo do Estado, no valor de R$ 148,5 mil.


Na época, foram realizados reparos nas instalações elétrica e hidrossanitária, além de restauração da pintura do prédio.


 

Mudanças na Zona Eleitoral

Em virtude das obras na Escola Estadual Maria Constança Barros Machado, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) divulgou que a 35ª Zona Eleitoral promoveu alteração temporária no local de votação para os eleitores que votam na unidade. 


O local escolhido para realocação foram as seções instaladas no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). A medida vale apenas para as eleições de 2022, pois nas eleições futuras os eleitores retornarão a exercer o voto na Escola Maria Constança.


Com informação do Portal Correio do Estado

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