quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Sequenciamento do maracujá pode baratear produção

 


Os pesquisadores escolheram o maracujá silvestre pois ele é a espécie de Passiflora com o menor genoma
Por:  -Leonardo Gottems


Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) sequenciaram o genoma do maracujá nativa da Serra dos Órgãos, região da Mata Atlântica no Rio de Janeiro, o que pode baratear a produção. De acordo com a professora Maria Lúcia Carneiro Vieira, do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, que supervisionou o projeto, o principal impacto prático dos resultados da pesquisa é que os cientistas conseguiram identificar um conjunto de genes associados à autoincompatibilidade da Passiflora organensis. 



“Essa autoincompatibilidade faz com que, durante a produção agrícola, todas as flores precisem ser polinizadas manualmente para garantir o máximo número de frutas, e a mão de obra necessária para esse processo representa 40% do custo total de produção. Logo, a possibilidade de realizar modificações genéticas para que essa polinização manual não seja necessária seria muito vantajosa economicamente, explica ao Jornal da USP a professora Maria Lúcia Carneiro Vieira, do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, que supervisionou o projeto”, explicou o Jornal da USP. 


Os pesquisadores escolheram o maracujá silvestre pois ele é a espécie de Passiflora com o menor genoma, facilitando a leitura completa. “Apesar de pequeno (259 milhões de pares de bases), ele é representativo do gênero, o que significa que pode servir de referência para futuros sequenciamentos de outras espécies de Passiflora, estudos genômicos comparativos e análises evolutivas”, completou. 


“Ou seja, as informações provenientes do sequenciamento genético desse maracujá podem servir de referência para vários tipos de estudos de outros tipos de maracujá do mesmo gênero, sendo sendo assim um valioso recurso para a comunidade acadêmica e potencialmente uma ferramenta muito útil para intervenções tecnológicas na prática agrícola”, concluiu. 

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