“O seguro rural é uma das principais ferramentas de gestão de risco para o produtor e uma prioridade para a CNA”, afirmou o diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, na live “Café com Seguro: Uma foto atualizada do Seguro Agrícola no Brasil e seus desafios”, na quarta (18).
O evento foi promovido pela Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP) e contou também com a participação de Joaquim César Neto, presidente da Comissão de Seguros Rurais da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) e com Pedro Loyola, diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“O seguro é uma prioridade do nosso presidente e temos feito diversas ações e colocado os desafios para criar essa cultura entre os produtores rurais”, afirmou Lucchi.
O diretor citou algumas ações da Confederação para desenvolver uma “base sólida” sobre seguro rural no Brasil, como diálogos com entidades de outros países, eventos em parceria com o Mapa e a criação do guia do seguro rural.
“Na visão dos produtores o seguro rural ainda é muito novo no Brasil, por isso temos trabalhado para que essa ferramenta se consolide no País. O Monitor do Seguro Rural, por exemplo, é um ambiente bem estruturado que temos coletado várias sugestões e tem servido também para levar informações para os produtores”.
De acordo com Bruno Lucchi, nos últimos anos, foi possível verificar uma percepção diferente do produtor em relação ao seguro rural.
“Estamos no caminho certo. Avançamos muito nesses três últimos anos na direção de construir um ambiente sólido de seguro rural no Brasil e mostrar ao produtor que vai ser diferente em relação há anos anteriores, em que ele fazia a contratação e depois não tinha a subvenção”.
Lucchi ressaltou que o desafio é grande, principalmente em relação à informação chegar ao produtor rural, e defendeu o uso da tecnologia e de um banco de dados para se construir produtos personalizados para os produtores, assim como orientação e capacitação continuada para eles sobre o tema.
“O Sistema CNA está elaborando um curso em parceria com entidades do setor para capacitar produtores, corretores e um módulo para peritos. A tecnologia associada ao banco de dados são dois pontos prioritários que precisam ser trabalhados pelo setor para melhorar os produtos e reduzir custos”.
O diretor destacou que o desafio ainda é grande, principalmente para disseminar o seguro rural para outras culturas. No entanto, ele diz que a resistência do produtor está diminuindo. “Isso não é fácil, mas vejo que hoje há um ambiente favorável do governo, das seguradoras e dos produtores”.
Pedro Loyola, do Mapa, disse que o seguro rural é uma prioridade para a ministra Tereza Cristina e que, nos últimos anos, houve resultados expressivos nas contratações.
“Seguro é tentativa e erro. Estamos buscando amadurecimento nesse setor, mas já conseguimos passar de R$ 12 bilhões de capital seguro para R$ 45 bilhões, e de 60 mil apólices para quase 200 mil”.
Ele ressaltou que as contratações ainda estão concentradas nas cadeias da soja, milho verão, milho safrinha, trigo, uva e maçã.
“O potencial do Brasil é enorme e estamos buscando a previsibilidade orçamentária e financeira porque não dá para ter mais contingenciamento, senão vamos perder seguradoras, produtores e a credibilidade do programa (de subvenção ao prêmio do seguro rural)”.
Joaquim César Neto, da FenSeg, destacou a importância do diálogo entre as seguradoras e os produtores para que as instituições conheçam a realidade desse produtor e possam desenvolver produtos para suas necessidades, além de atender a tempo eventuais sinistros e indenizá-lo.
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