O transporte global está começando a enfrentar a caos pandêmico, ao ponto em que os navios começam a se aglomerar nos portos em todo o mundo. Em Los Angeles, mais de duas dezenas de navios de contêineres repletos de bicicletas ergométricas, eletrônicos e outros cobiçados produtos importados estão parados há até duas semanas.
“Eu nunca vi nada assim”, afirmou Lars Mikael Jensen, diretor para Integração Oceânica Global da A.P. Moller-Maersk, a maior transportadora de cargas do mundo. “Todos os eixos da cadeia de abastecimento estão sobrecarregados. Os navios, os caminhões, os armazéns”, completou.
De acordo com ele, economias de todo o mundo estão sofrendo com as oscilações causadas pelas perturbações nos mares. Além disso, custos mais elevados no transporte de grãos e soja dos EUA pelo Pacífico ameaçam elevar o preço da comida na Ásia.
Nesse cenário, exportadores de arroz da Tailândia, do Vietnã e do Camboja estão suspendendo alguns carregamentos destinados à América do Norte por causa da impossibilidade de conseguir contêineres. “Todo mundo quer um monte de coisas”, afirmou Akhil Nair, vice-presidente para administração de frete global da SEKO Logistics, em Hong Kong. “A infraestrutura não consegue acompanhar”, indicou.
Nos Estados Unidos, a mudança no modo como os norte-americanos começaram a gastar aumentou a pressão. Privados de suas viagens de férias e refeições em restaurantes, eles passaram a comprar mais consoles de videogame e batedeiras de massas - e a reformar suas casas para o trabalho remoto e o ensino à distância. “Todo crescimento que ocorreu foi basicamente induzido pela pandemia”, afirmou Alan Murphy, fundador do grupo de pesquisa Sea-Intelligence.
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