segunda-feira, 8 de março de 2021

Protagonista em 2018, PDT não terá candidato em 2022

 

Partido que chegou ao 2º turno em 2018 com Odilon de Oliveira não terá postulantes ao governo do Estado

Flávio Veras

O PDT, partido que foi ao segundo turno na disputa pelo governo do Estado em 2018 com a candidatura do juiz aposentado Odilon de Oliveira, não lançará candidato ao posto em 2022, segundo o deputado federal Dagoberto Nogueira.  


O parlamentar também adiantou ao Correio do Estado que a intenção da sigla progressista para o próximo pleito é tentar lançar uma chapa forte, com grandes apoios, e viabilizar o maior número de deputados na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, bem como eleger um senador.  


Hoje, a sigla progressista conta com apenas um deputado federal pelo Estado, que é Dagoberto. Na Assembleia, ela contava com o deputado Jamilson Name (atualmente sem partido).  


Hoje, nem mesmo o juiz aposentado continua na sigla. Nas últimas eleições para vereador da Capital, foi eleito apenas o sindicalista Tabosa, e nas eleições em que Odilon chegou ao segundo turno com Reinaldo Azambuja (PSDB) e Dagoberto (federal) e Jamilson Name (estadual) se elegeram deputados o partido contou com o apoio do grupo de Name, atualmente alvo da Operação Omertà, que investiga um suposto grupo de extermínio na Capital.  


Ele também analisou que Mato Grosso do Sul é um estado ainda muito conservador e dificilmente os partidos da esquerda conseguirão lançar um nome mais progressista.


“Tivemos algo atípico com a eleição do Zeca do PT, porque a direita enfrentada na época descambou para uma corrupção descarada e, por esse motivo, o Partido dos Trabalhadores acabou obtendo êxito. Dentro deste cenário local, nós descartamos essa possibilidade de concorrer à majoritária, mas lançaremos uma chapa forte, para que ela possa eleger deputados estaduais e federais. Sobre um possível apoio, iremos aguardar os candidatos a governador e senadores para definirmos o que seria de maior interesse ao partido”, revelou.


Dagoberto vem de uma derrota nas eleições para prefeito de Campo Grande. Ele obteve 1,57% dos votos, ficando na nona posição entre os candidatos.  


FRENTE AMPLA

Para Dagoberto, o momento agora não é de fragmentação, pois o combate ao bolsonarismo deve estar à frente de disputas partidárias. O PDT já trabalha com o nome de Ciro Gomes para concorrer à Presidência da República. 


O político cearense alcançou o porcentual de 12,47% e muitos analistas dizem que ele pode ser a figura do campo progressista que tem a maior chance de aglutinar forças da centro-esquerda e centro-direita, para fugir da disputa polarizada entre PT e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022.  


“Precisamos enfrentar o bolsonarismo de forma coesa, pois a cada eleição estamos perdendo mais cadeiras no Congresso Nacional, e a maioria da população brasileira é composta de trabalhadores. Nós já temos nosso candidato, que é o ex-ministro Ciro Gomes, e, ao meu ver, é capaz de enfrentar os dois extremos, que são o lulopetismo e o bolsonarismo. A esquerda perdeu poder de articulação, principalmente nos sindicatos e nas associações, e precisamos resgatar esse debate, pois hoje eles têm uma voz maior política e precisam ser ouvidos e apenas representados”, projetou.  


ELEIÇÕES 2018

O partido deu um grande salto no último pleito com a campanha do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (sem partido). O ex-magistrado fez a sua primeira disputa por um cargo eletivo e conseguiu viabilizar sua ida ao segundo turno contra o governador reeleito, Reinaldo Azambuja (PSDB). 


Odilon obteve 31,62% do eleitorado, enquanto o tucano saiu vitorioso com 44,61%. No entanto, o juiz aposentado acabou saindo da legenda, deixando um vácuo que ainda não foi preenchido.


Dagoberto concorreu à Prefeitura de Campo Grande, porém, o resultado foi pífio para um deputado federal. Ele alcançou 1,57% dos votos, ficando atrás de figuras até então desconhecidas do eleitorado campo-grandense, como a delegada Sidneia Tobias (Pode), que obteve 4,60% dos votos, e o procurador de Justiça Sérgio Harfouche (Avante), que apesar de ter sua candidatura indeferida conquistou 11,58% dos votos na Capital.

Com o Portal Correio do Estado

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