O governo francês acusou o prefeito da cidade de Lyon, Gregory Doucet, de desrespeitar os fazendeiros e açougueiros franceses e de colocar em risco a saúde das crianças, ao ordenar que as escolas municipais eliminem a carne do almoço dos alunos. Com uma população de quase 500.000 habitantes, Lyon é a quarta maior cidade da França.
A cidade é conhecida mundialmente como a capital culinária do país por seus populares pratos tradicionais à base de carne. Doucet, que pertence ao partido verde, decidiu que as escolas municipais deveriam servir apenas refeições sem carne durante o intervalo do almoço.
A decisão do presidente de Lyon gerou indignação no governo francês. No Twitter, o ministro da Agricultura, Julien Denormandie, tuitou:
“Vamos parar de colocar ideologia no prato de nossos filhos. Vamos dar a eles o que precisam para crescer bem. A carne faz parte disso”, acrescentou que havia pedido ao prefeito da região, o mais alto funcionário local designado pelo estado, que anulasse a decisão.
O ministro do Interior, Gerald Darmanin, disse que era um "insulto inaceitável" aos fazendeiros e açougueiros franceses. “Podemos ver que a política moralizante e elitista dos verdes exclui as classes populares. Muitas crianças só podem comer carne no refeitório da escola”.
Reações também vieram dos pecuaristas da região. Representantes de duas associações agrícolas se reuniram em frente à prefeitura de Lyon para expressar sua insatisfação com a proibição da carne. Eles até trouxeram vacas para um efeito adicional.
O prefeito Doucet, que foi um dos vários políticos verdes que conquistaram o controle das principais cidades nas eleições locais no ano passado, respondeu no Twitter, dizendo que a mudança foi tomada "exclusivamente" por causa da crise de saúde, já que ele queria ter um menu exclusivo, sem opções de carne, o que facilita o bom atendimento na hora do almoço com as regras de distanciamento social devidamente seguidas.
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