Por G 1
Pressionado por diversos setores da sociedade e após alerta do Congresso, interlocutores do presidente Bolsonaro estão em busca de um nome para a vaga de Ernesto Araújo no comando do Ministério das Relações Exteriores.
Araújo não conta com apoio nem dentro do governo – apenas a ala ideológica, como o assessor Filipe Martins e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, gostariam de sua permanência no cargo.
Na quarta-feira, dia 24 de março, Araújo foi ao Senado, onde ouviu diversas críticas à conduta dele no enfrentamento à pandemia e pedidos para que deixe o cargo. O ministro respondeu aos congressistas que dorme "com a consciência tranquila".
Não bastasse isso, Filipe Martins – o assessor da Presidência da República que é um dos últimos esteios do chanceler no Planalto – fez, durante a audiência de Araújo, gestos que foram considerados obscenos, e virou alvo de um pedido de investigação feito pelo presidente da Casa.
Para tentar reverter a sua situação, o ministro tentou explicar no que estava trabalhando durante a pandemia para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na manhã desta quinta-feira (25), em conversa na residência oficial da Câmara.
A conversa – relatada a parlamentares – não convenceu Lira, que, assim como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), está às voltas nos últimos dias com reuniões com embaixadores de outros países em busca de soluções para o atraso das vacinas.
Para parlamentares ouvidos pelo blog, a situação de Ernesto está insustentável e atrapalha as negociações com outros países a respeito das vacinas e dos insumos.
Diante desse cenário, segundo o blog apurou, o governo busca nomes para a vaga do chanceler – e o presidente já está ciente de que a troca de Ernesto é prioridade para os parlamentares e para a boa relação com o Congresso.
Entre os nomes cotados por senadores e integrantes do Planalto, por enquanto, estão os do ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor (PRB-AL) e do também senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).
Há um grupo na Câmara que defende que o nome seja o de um diplomata, técnico, por acreditar que a chamada ala ideológica não aceitará a derrota dupla: a saída de Ernesto e entrada de um político no cargo.
De toda forma, a saída de Ernesto é vista no Planalto como a senha para que as relação do Congresso com o presidente siga sem tumultos – ou seja, sem as chamadas medidas amargas e fatais, como comissões parlamentares de inquérito e impeachment.
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