sexta-feira, 26 de março de 2021

Campo Grande põe servidores em home office até 4 de abril

 





Medida ocorre no dia mais letal da Covid-19 na capital: 31 mortes

Eduardo Miranda

Em uma prévia dos novos decretos que poderão ser publicados entre esta sexta-feira (26) e o sábado (27), a prefeitura de Campo Grande suspendeu todo trabalho presencial em suas repartições, com exceção, das atividades essenciais do serviço público.


Decreto publicado na tarde desta sexta-feira (26), suspende o trabalho da prefeitura e suas respectivas autarquias, do trabalho presencial de servidores, estagiários, menores aprendizes e demais colaboradores. A medida tem efeito entre os dias 29 de março e 4 de abril.


Somente os servidores da área de saúde, segurança pública, defesa civil, assistência social, infraestrutura, controle de serviços públicos delegados, compras e contratações, e fiscalização tributária, sanitária, agropecuária e ambiental continuarão trabalhando.


Em resumo, os servidores da saúde, dos setores de licitações (para as compras emergenciais), as barreiras sanitárias, e guardas municipais, que fiscalizam o toque de recolher, é que não devem parar.


O decreto assinado pelo secretário municipal de gestão, Agenor Matiello, estabelece que o servidor em regime de teletrabalho (home-office) deve permanecer disponível e acessível durante todo o horário de sua jornada.


O controle de produtividade será exercido pela chefia imediata de cada servidor.


A medida é similar a adotada pelo governo do Estado, em decreto cuja vigência começou nesta sexta-feira (26).


Outros decretos

Em Campo Grande, até o próximo domingo (28), medidas restritivas, criadas a partir da antecipação de quatro feriadas, permite que apenas serviços considerados essenciais (supermercados, borracharias, padarias, farmácias, serviços de saúde, indústrias, dentre outros) funcionem.


As demais atividades comerciais só poderão atender no regime de entrega (delivery).


As atividades essenciais permitidas poderão funcionar com 40% de sua capacidade, para evitar aglomerações.


Estado

Em Mato Grosso do Sul, passa a valer nesta sexta-feira (26), até o próximo dia 4 de abril, decreto que estabelece toque de recolher entre às 20h e 5h se segunda a sexta-feira, e entre às 16h e 5h aos sábados e domingos.


As atividades permitidas, similares ao do decreto da prefeitura de Campo Grande, poderão funcionar com 50% da capacidade.


O governo de Mato Grosso do Sul, porém, esclarece, que em caso de sobreposição de decretos estaduais e municipais, vale sempre o mais restritivo.


A Polícia Militar ficará disponível para receber denúncias de violação do toque de recolher pelo telefone 190.


O procurador-geral de Justiça, Alexandre Magno Benites de Lacerda, publicou na noite de quinta-feira (25), recomendação a todos os 79 prefeitos de Mato Grosso do Sul, para que cumpram o decreto estadual. O descumprimento poderá fazer com que o Ministério Público de Mato Grosso do Sul acione a Justiça para seu devido cumprimento.


Drama em UPAs e hospitais

Nesta sexta-feira (26), Mato Grosso do Sul tem 161 pessoas à espera de um leito hospitalar para tratar a Covid-19. São pessoas com dificuldades respiratórias em sua maioria, que não têm acesso a oxigênio para suprir a falta de ar causada pela ação do coronavírus.


O boletim desta sexta-feira também trouxe novos recordes: o maior número de infecções no ano: 1.527 novos casos (399 em Campo Grande) e 70 mortes em todo o Estado.


A cinco dias do fim, o mês de março já é, de longe, o mais letal da pandemia: 686 pessoas morreram desde o dia 1º em Mato Grosso do Sul.


São 1.144 pessoas hospitalizadas com Covid-19 no Estado, dentre as quais, 488 em unidades de tratamento intensivo (UTIs), normalmente sedadas ou intubadas.


Campo Grande também teve seu dia com o maior número de mortos: 31. Todos os leitos hospitalares que essas pessoas ocupavam, porém, já estão ocupados por outras pessoas que estavam na fila por uma UTI, reflexo da alta demanda.


Os decretos do Estado e da prefeitura da Capital tem o objetivo de reduzir a circulação de pessoas e, consequentemente, frear o contágio. Especialistas ouvidos pelo Correio do Estado afirmam que os reflexos destas medidas só serão percebidos a partir da segunda semana de abril.

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