terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Denúncia aponta esquema de compra de votos e ‘fake news’ nas eleições de 2020

 


O caso teria ocorrida em Nova Andradina nas eleições de 2020 para favorecer atual prefeito, Gilberto Garcia (PL), que nega


Flávio Veras

O prefeito reeleito por Nova Andradina, Gilberto Garcia (PL), está sendo acusado de articular um esquema de compra de votos e criação de “fake news” (notícias falsas) durante a campanha eleitoral de 2020.  


A história veio à tona após circularem, nas redes sociais, áudios atribuídos a Garcia, onde ele indicaria como e quando comprar votos.


De acordo com o denunciante, que não quis se identificar, ele foi contratado informalmente para fabricar informações que tinham o intuito de difamar a imagem do adversário de Garcia na campanha, Roberto Hashioka (PSDB).  



Já a formalização da denúncia foi realizada na última sexta-feira (5) no Ministério Público Estadual (MPMS) em Campo Grande.  


O autor justificou que, preferiu impetrar as acusações na Capital, ao invés da sua cidade, para que as investigações não sofressem qualquer tipo de pressão dos envolvidos.  


O denunciante ainda afirmou que chegou até o prefeito através do ex-vereador Vailton Sordi, o Amarelinho (MDB). Os políticos pediram para que ele elaborasse uma campanha difamatória contra o adversário que foi veiculada no Facebook e no WhatsApp.  


“O parlamentar era apenas um intermediário. Ele chegava até mim com as demandas do prefeito para elaboração da campanha contra o Hashioka que, no início da campanha, estava pelo menos 20 pontos à frente do Gilberto, segundo as pesquisas. Eu acredito que esse movimento foi fundamental para que o atual prefeito confirmasse a reeleição”, explicou.  


Compra de votos

Ainda conforme o denunciante, chegou até ele a demanda de levar dinheiro, como forma de compra de votos, para pessoas escolhidas pelo prefeito. Esse provável esquema de fraude eleitoral, aconteceu entre os dias 13 a 15 de novembro, ou seja, na antevéspera, véspera e no dia do pleito.  


“Uma terceira pessoa chegou até mim e me fez essa demanda. Ele me disse que o prefeito havia separado pelo menos R$ 10 mil para fazer essa compra de votos. As pessoas me chamavam até o WhatsApp e eu ia até a casa dela e dava R$ 50 ou R$ 100. Para comprovar que fui até elas, os chefes do esquema pedia que elas tirassem uma foto com o título de eleitor”, elencou.


Cesta básica

A prefeitura tem dentro da Assistência Social do município um programa de distribuição de cestas básicas a famílias carentes do município. Porém, conforme o denunciante, esse benefício assistencial também foi utilizado pelo prefeito para compra de votos e coação dos eleitores.  


“Eu, juntamente com o Amarelinho, levava esse alimento até as pessoas carentes. No local ele informava que, devido à ajuda, era necessário votar no Gilberto, pois poderiam correr o risco de perder a ajuda. Eu acredito que muita gente, por se sentir coagida, na hora do voto optou em eleger o atual prefeito”, disse.


Explicação

Questionado pelo Correio do Estado sobre o porquê de expor o esquema, o denunciante afirmou que achou injusta a derrota de Hashioka e, por esse motivo, decidiu denunciar todo o suposta compra de votos.  


Defesa

Segundo o prefeito Gilberto Garcia, ele está sendo vítima de uma campanha para difamar sua imagem. Ainda conforme o político, ele não teria motivo para usar de meios escusos para vencer já que acabou vitorioso após obter 11.139 votos, contra 9.240 do seu adversário.  


“Eu recebi mais 1.900 votos a mais que o segundo colocado. Essa pessoa que está me acusando nunca trabalhou para mim. Ou seja, estou tranquilo e esperando a Justiça me convocar para eu expor minhas provas”, justificou.  


Em relação aos áudios que estão circulando nas redes, o prefeito alegou que tudo não passa de uma montagem. “Esse rapaz que me acusa é um hacker, ou seja, todos os áudios são manipulados. Eu vou requerer na Justiça perícia no telefone dele, pois tenho certeza que irá demonstrar a fraude, após a análise feita”, acusou.


Com informação do Portal Correio do Estado

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