Momento é decisivo
Por: AGROLINK -Leonardo Gottems
A Medicago, empresa canadense que desenvolve uma vacina contra Covid-19 por meio da obtenção de antígenos recombinantes no tabaco transgênico, acaba de iniciar um ensaio clínico de Fase I com 180 voluntários saudáveis. Se forem bem-sucedidos, eles pretendem realizar novos testes em outubro e fabricar 100 milhões de doses até o final de 2021.
A Medicago, que tem o apoio de grandes investidores como Mitsubishi Tanabe Pharma e Philip Morris International Inc., fechou na semana passada um acordo com a Glaxo para combinar a vacina com adjuvantes da gigante farmacêutica britânica, reforços que podem ajudar qualquer tipo de vacina. "É uma espécie de golpe para uma empresa como a nossa, porque eu tive que convencê-los da robustez de nossa tecnologia", disse o CEO Bruce Clark sobre a plataforma baseada em plantas, que ainda não produziu uma vacina aprovada. "Este é um momento decisivo para nós”, completa.
A Medicago depende de uma planta australiana que é parente próxima do tabaco, conhecida como Nicotiana benthamiana, para desenvolver vacinas. A planta tem um sistema imunológico modificado que lhe permite acomodar facilmente material genético estranho e desenvolver partículas que imitam um vírus. Como Clark disse em uma entrevista, as plantas funcionam como "biorreatores" que podem coletar material de qualidade clínica em questão de semanas.
A empresa, como muitas empresas por trás das 160 vacinas contra o coronavírus atualmente em desenvolvimento, busca ganhar a confiança dos investidores ao validar suas novas plataformas em meio à pandemia. É "empolgante e extremamente frustrante" ser um pequeno jogador em vacinas competindo para ser levado a sério, disse Clark. “Se vamos mostrar ao mundo como isso funciona, temos que enfrentar a Covid. O ceticismo em relação às novas tecnologias existe. O ceticismo das plantas está aí”, afirma.
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