terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Minerworld em Campo Grande alega não ter saldo à Justiça


                                           Foto;Divulgação


Alvo de ação milionária movida pelo juiz David de Oliveira Gomes Filhos, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, a Minerworld, investigada por suposta prática de pirâmide financeira com a mineração de bitcoins, alega não ter saldo para ressarcimento dos credores. Aproximadamente 200 pessoas processaram a empresa na tentativa de reaver investimentos na criptmoeda após a Operação Lucro Fácil, deflagrada no dia 17 de abril pelo Grupo Especializado de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Conforme manifestação formal, a Minerworld disponibilizou o uso de valores remanescentes das minerações (que continuam no Paraguai)  pela justiça para pagamento das pessoas que se sentiram lesadas. No entanto, pelo menos neste momento, isso não é possível. “[...] a Requerida se manifesta no presente feito no sentido de informar não haver saldo para depósito judicial em razão dos altos custos de mineração, gastos operacionais básicos, do pagamento de passivo decorrente da demissão de funcionários e das rescisões com os prestadores de serviço”, lê-se nos autos do processo.

Segundo o advogado Rafael Echeverria, a Minerwolrd ainda solicitou a soma de arquivos com registro de entrada e saída dos valores que justificam a falta de saldo em caixa. “Nós especificamos que o que entrou foi usado para pagamento dos custos operacionais e rescisões de contrato”, explicou. Ele afirmou ainda que, como as minerações continuam, novos valores devem ser depositados. Além disso, a maior expectativa é quanto a liberação de aproximadamente 5 milhões de dólares retidos em um servidor de criptomoedas que foi invadido nos Estados Unidos.

Conforme Rafael, a empresa teve sua conta invadida na corretora norte-americana Poloniex, sofrendo o prejuízo milionário. O desfalque levou à instabilidade econômica, culminando em dificuldades para pagamento de investidores. No dia 29 de outubro do ano passado, ao consultar a conta na página da Poloniex, a direção tomou conhecimento de fraudes.  Ou seja, hackers teriam desviado bitcoins para contas de terceiros. “A gente conta muito com a liberação desses valores, mas dependemos da justiça americana”, pontuou.

OPERAÇÃO

Além da Minerworld, a Bitpago Soluções de Pagamento, também com sede em Campo Grande, e BitOfertas Informática, localizada na Capital e também na cidade de São Paulo, foram Alvos da Operação Lucro Fácil, deflagrada no dia 17 de abril pelo Gaeco pela prática de pirâmide financeira por meio da suposta mineração de bitcoins. De acordo com as investigações do Ministério Público, a apresentação dos negócios deixa as criptomoedas como pano de fundo, fazendo com que o assunto passe despercebido.

As peças publicitárias têm como maior preocupação detalhar as variadas formas de ganhos daqueles que aderirem aos planos, o que se dá pela captação de novos “afiliados”, “empreendedores” e afins. Toda a publicidade da empresa é feita no sentido de sempre atrair mais pessoas. “O interesse da empresa é apenas e tão somente que seus afiliados busquem outros afiliados, o que, por evidente, implica em manter a atividade de mineração apenas como mera alegação. A famigerada ‘mineração de bitcoin’, assim, trata-se apenas de engodo, de artifício, que nada mais visa do que mascarar a característica piramidal do esquema”.

Na ação coletiva de consumo que tramita na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da Capital, o juiz David  determinou o bloqueio de até R$ 300 milhões da Minerworld e todos os investigados, a fim de garantir o pagamento. Ao todo, são pelo menos 50 mil pessoas lesadas em todo o Brasil, com prejuízo milionário, e 21 réus no processo, dentre os quais, Cícero Saad Cruz, chefe da Minerworld, além de sócios e intermediadores ligados aos investidores.Com informação do Portal Correio do Estado

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