quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Estreia: A Comédia Divina



- Livremente inspirado em um conto de Machado de Assis (“A Igreja do Diabo”), o diretor Toni Venturi – mais conhecido por filmes densos com temática política, como “Cabra cega” –, envereda pelo humor negro em “A Comédia Divina”. Um dos méritos do filme é escancarar de forma ácida o shopping center da fé, escalando o próprio diabo para inaugurar sua congregação religiosa, quando percebe que está perdendo adeptos e, com isso, tendo sua imagem enfraquecida, o que não é nada bom para os negócios em tempos de redes sociais.

Outro mérito é escalar Monica Iozzi para o papel de Raquel, que se deixa seduzir pelo demônio (Murilo Rosa) e acaba, ingenuamente, ajudando-o em sua estratégia de marketing, como repórter de uma emissora de TV. E nesse ponto o filme mostra como o marketing está por trás de tudo, principalmente das causas indefensáveis.

Ao entrevistar o capeta, sem se dar conta Raquel dá início ao plano diabólico para torná-lo uma celebridade e enaltecer a luxúria, a gula, a soberba, a vaidade e os demais pecados capitais. No Paraíso, Deus (Zezé Motta) deixa a história rolar, a espera que os próprios mortais percebam a enrascada em que estão se metendo ao frequentar a nova igreja. Mas um antigo namorado de Raquel, Lucas (Thiago Mendonça), que também trabalha na emissora de TV, pode ter a chave para enfrentar o demônio. No céu, Deus só observa.

(Por Alysson Oliveira e Luiz Vita, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

Nenhum comentário: