terça-feira, 24 de novembro de 2015

Instrumentista da capital produz artistas renomados

Correio do Estado

O baterista, instrumentista e hoje produtor musical, Wlajones Carvalho é filho do presidente da Unidos da Vila Carvalho de Campo Grande, José Carlos de Carvalho. Sua história começou na escola de samba, quando aos dois anos já tocava repinique. Depois de morar em Portugal, passar pela Áustria e gravar dezenas de DVDs de artistas renomados, Wlajones se dedica à produções em seu estúdio localizado em São Paulo.

"Comecei como ritmista nos projetos lá da quadra, até meu pai montar a banda onde fui tocar conga, e acredite, tinha que tocar em cima de uma caixa de cerveja por que não dava altura. Nessa época que eu tocava com meu pai, ele comprou alguns equipamentos de uma boate e junto veio uma bateria Gope laranjada, toda furada de bala. (risos). Mesmo muito pequeno, com uns 12, 13 anos comecei a tocar com os grupos de pagode e bandas de baile que tinha na época", diz Wlajones.

Em entrevista ao Soundcheck, o produtor disse, que em uma apresentação em Corumbá, na abertura do show do Grupo Molejo, um empresário gostou de seu som e até fez uma proposta, mas devido a idade era praticamente impossível. Ainda em Campo Grande, tocou com o irmão Bibi do Cavaco, no Grupo Zueira, foi quando começou a surgir oportunidades, como acompanhar a Jovelina Pérola Negra em alguns shows em São Paulo.

"Um cara que me ajudou muito nesse começo foi o Fernando “Bola” (Baterista), eu já tocava e gravava com bastante gente, e ele sempre me emprestava a bateria, até eu conseguir comprar minha primeira batera… uma Premier", disse.

Wlajones começou tocando percussão na escola de samba, mas se tornou músico profissional tocando bateria. Mesmo tendo a veia percussionista, afirma que só virou “percussa” um tempo depois, na época do Grupo Tradição, com uns vinte e poucos anos. O músico pontua que ter as duas habilidades não influênciou na musicalidade, apenas na questão de mercado.

Quanto as influências musicais, Wlajones lembra que a base veio do samba, mas com o passar do tempo e ao conhecer novos músicos, comecei a escutar Dennis Chambers, Dave Weckl, Steve Gadd, Pat Metheny, Richard Bona e Yellowjackets. "Tudo isso, abriu um leque muito grande que me ajudou como músico e produtor. O pessoal já consegue identificar… isso aqui foi o Wlajones que produziu. Obviamente, tudo o que você escuta, te influência", diz Wlajones.

O músico acredita que começou a se destacar, quando tocou com a Jovelina, família Espíndola, Márcio de Camilo, Guilherme Rondon, Zé Du, entre outros grandes nomes da musica sul-mato-grossense. Além da oportunidade de tocar com Flávio Venturini em Dourados – MS, no lugar de um baterista. "Foi tudo de última hora, me indicaram para fazer o show e eu topei… fui de Campo Grande a Dourados escutando o repertório. Cheguei lá, fiz o show e os caras curtiram. O Flavio Venturini me elogiou pra caramba e me convidou para fazer uma tour com ele".

CENÁRIO NACIONAL

Aos 18 anos, o instrumentista recebeu um convite para tocar em Portugal. A princípio eram 3 meses, mas passou quase um ano no país. Nesse período, o músico se desgarrou do pensamento de cidade pequena e a permanência no país se tornou um divisor de águas na vida profissional.
Na volta decidiu ficar em São Paulo, foi a partir desse momento que as coisas começaram a acontecer. Começou a tocar com o Otávio Neto (tecladista), e na sequência surgiu o convite para tocar com o Fat Family. Ficou mais um tempo em São Paulo e voltou para Campo Grande. Na época, conheceu a atual esposa e se casou. Só retornei novamente para São Paulo com a proposta para tocar com o Marlon & Maicon.

Wlajones iniciou no meio sertanejo com a dupla Marlon & Maicon, que estava começando no Mato Grosso do Sul. O produtor Ivan Miyazato pioneiro no sertanejo universitário, foi quem ajudou o músico nesse mercado e oferecia gravações, assim como o Pinocchio e Dudu Borges.

Nesse período, começou a surgir no cenário nacional, o Grupo Tradição, João Bosco & Vinicius, Maria Cecília & Rodolfo, Fernando e Sorocaba, Luan Santana. "Gravei o DVD do Tradição e de toda essa galera", pontua Wlajones.

A convite de Antônio Porto (multi-instrumentista), o mpusico foi até a Áustria junto com Marcelo Ribeiro, para as apresentações do projeto Ethno Tribo. Quando voltou, recebeu o convite do Michel Teló para tocar com o Tradição, onde ficou por 6 anos. "Foi aí que virei percussionista mesmo", lembra.
Com ideia bem aceitas entre os cantores, decidiu começar a produzir em Campo Grande, primeiro no estúdio do Beto e logo depois, com o Alex Cavalheri “Fralda”.
"A partir daí me dediquei as produções, mas nunca deixei de gravar para outros produtores… não deixei de ser músico. É uma forma de pensar, tem gente que acha que não deve gravar para se preservar, mas aí cada um faz o que acredita!Até então nunca me atrapalhou e nem influenciou minhas produções", explica.

Wlajones ficou em Campo Grande até decidir voltar para São Paulo e reativar seus contatos. Começou a fazer trabalhos no estúdio - Estúdio do Pacote -, levou as produções de Campo Grande e começou a produzir artistas de Goiânia, Paraná e Minas Gerais.

"Continuo me profissionalizando cada dia mais. Montei uma empresa Pacote Produções Artísticas onde temos um trabalho de direção artística e contamos com vários parceiros para atender nossos clientes cada vez melhor em todos os aspectos", finaliza.

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