Pacientes de Campo Grande estão tendo que pagar para não ficar sem medicação, que deveria ser garantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme os relatos, na fila da farmácia do Centro Especializado Municipal (Cem), faltam remédios de uso contínuo e insumos, como a fita que mede a glicemia de diabéticos.
A aposentada Eloides Magrine, de 58 anos, necessita de remédios de uso contínuo para reposição de cálcio e ferro. Sem previsão de quando o medicamento estará disponível pelo SUS, ela terá que desembolsar por conta própria.
"Preciso de cálcio para os ossos e diz que não tem. Também está em falta aquelas ampolas para reposição de ferro. Vim na semana e hoje novamente, mas vou ter que comprar porque preciso tomar essas medicações", conta a aposentada.
Com um pedido médico de cinco medicações, Elisa de Lara cponseguiu apenas um na farmácia no Cem. O restante está 'em falta na rede', informaram a ela.
"Dizem que estão em falta na rede e que dois são comprados mesmo. Não tem remédio nem para alergia e outro que preciso para circulação. Não sei nem quanto custa, mas vou ter que dar jeito e acabar comprando", disse Elisa, que é dona de casa.
De Bandeirantes, Maria Freitas relata que faz tratamento crônico dos rins e que sempre conseguiu os medicamentos em seu município. Já em Campo Grande, está tendo dificuldades para tomar a medicação que é essencial para o seu tratamento.
"Faz dias que está faltando. Na fila eu ouvi uma moça reclamando que desde o ano passado não consegue o antibiótico amoxicilina. No meu caso, eu tomo o remédio para os rins e estão todos em falta. Só consegui pegar os medcimanetos para pressão", desabafa.
Sesau sugere 'solução'
Questionado sobre a falta de medicamentos nas farmácias da rede municipal de saúde, a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), garante que são apenas faltas pontuais, sem informar quais medicamentos estão em falta. Além disso, a Sesau não deu um prazo para o reabastecimento dos remédios.
"Atualmente 92% do estoque de medicamentos está abastecido, o que significa que dos 257 medicamentos da lista da Rede Municipal de Medicamentos, 242 estão em estoque. Contudo há uma lista de remédios que estão com estoques reduzidos, o que pode provocar a falta pontual em algumas unidades de saúde. Estes medicamentos e insumos já estão em processo de compra por parte da Prefeitura", afirmam em nota.
Como solução para o problema, a Sesau reforça que os remédios em falta podem ser adquiridos em farmácias que fazem parte do programa Farmácia Popular, do governo federal.
"No site da Prefeitura, é possível encontrar toda a lista de farmácias conveniadas ao programa, onde é possível encontrar medicamentos gratuitos ou com copagamento, sendo necessário apenas apresentar a receita atualizada", sugere a nota enviada pela Sesau, ao Correio do Estado.
Por fim, a Secretaria diz que entre os dias 19 e 20 de outubro, o município recebeu um carregamento de 5,1 milhões de comprimidos, como é o caso da Losartana Potássica. A Sesau reforça que em 2023, até agosto, foram investidos R$25,6 milhões em remédios. Sendo que aproximadamente R$20 milhões do Tesouro Municipal, com cerca de 200 mil receitas atendidas por mês.
"Ainda nesta semana o processo de compra de outros doze medicamentos, que são: Epitezan, Proximetacaína, Doxiciclina, Eritromicina, Levofloxacino , Sulfato de gentamicina, Tiamazol, Fenoterol, Ipratrópio, Fluoresceína, Carbonato de cálcio. Mais de R$ 851 mil foram repassados, nesta segunda-feira, para as empresas ganhadoras dos pregões realizados pela Prefeitura para a compra de medicamentos", garante a Sesau.
Com o Portal Correio do Estado
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