Foto: Divulgação
Formada exclusivamente por meninas estudantes da rede pública do Estado do Rio, a Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga começa hoje uma turnê pela Suíça que levará clássicos da MPB para cidades como Zurique, Genebra, Basileia e Solothurn até o dia 4 de novembro.
Composta por violino, viola, violoncelo, contrabaixo acústico, flauta transversal, clarineta, trompete, trombone, trompa, fagote e percussão, a orquestra reúne 30 musicistas com idades entre 12 e 19 anos. No repertório, “Maria Maria” (Milton Nascimento”, “Feira de Mangaio” (Sivuca), “Maxixe samba groove” (Hamilton de Holanda), “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso) e “Tico tico no fubá” (Zequinha de Abreu), entre outros. O “Concerto Aquarela Brasileira, uma conexão cultural Brasil-Suíça” terá regência da maestrina Priscila Bomfim.
— Tocar na Suíça representa para cada uma das estudantes uma riqueza ímpar, cujos desdobramentos concretos e simbólicos se estenderão para todo o futuro delas — destaca a diretora executiva da orquestra, Moana Martins.
As histórias de amor pela música são muitas. Letícia Lombone, por exemplo, que toca violoncelo, decidiu morar com os avós em Ricardo Albuquerque, na Zona Norte, para realizar o sonho de continuar participando da orquestra quando seus pais se mudaram de cidade. Na época, ela tinha 15 anos.
Sonho e dedicação
Aluna de uma escola municipal em Nilópolis, na Região Metropolitana, Letícia conheceu o projeto em 2021. Na época, a jovem pensava em desistir da música pela dificuldade que era aprender sozinha.
— Quando entrei para o projeto a minha alma se encheu de alegria, me senti motivada — conta a estudante, que perdeu uma irmã de apenas 5 meses com cardiopatia congênita.
Mesmo de longe, a mãe de Letícia, Patrícia Rodrigues Mello , de 43 anos, comemora o sucesso da filha. Segundo ela, a dedicação da jovem para participar da orquestra e estar nesta turnê está sendo recompensada:
— É motivo de muito orgulho e satisfação para mim saber que a minha filha estará representando o Brasil. Sei que todos os seus esforços não foram em vão. Ela abriu mão de muitos momentos de lazer para se dedicar, estudar e passar na audição. Letícia abriu mão de morar comigo em outra cidade em busca do seu sonho: a música.
Assim como Letícia, Ana Emanuelle, de 17 anos, moradora de Santa Cruz, na Zona Oeste, sonha se tornar uma musicista profissional. A jovem leva mais de duas horas para chegar no ensaio e, muitas vezes, precisa ir direto da escola.
Seu primeiro instrumento foi a flauta doce; depois, o violoncelo. De acordo com ela, sempre teve dificuldade para se adaptar até conhecer o contrabaixo acústico, instrumento pelo qual se encantou.
— A música me trouxe lindas oportunidades, pessoas incríveis e sensações únicas — afirma.
Por
Vittoria Alves
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