quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Gestão Adriane Lopes estoura limite e corre risco político explosivo

 

                                             A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes. (Foto: Reprodução)



A prefeita Adriane Lopes (PP) entrou oficialmente na zona vermelha da Lei de Responsabilidade Fiscal. O mais recente Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) expôs um cenário preocupante: Campo Grande gastou praticamente tudo o que arrecadou e ultrapassou o teto permitido pela Constituição.


O município, segundo reportagem do G1, fechou os últimos 12 meses com 99,94% da RCL (Receita Corrente Líquida) comprometida com despesas correntes — quando o limite máximo permitido é 95%. Ou seja: o caixa está no limite e a prefeitura já não tem margem para nada.


O estouro é de 4,94%, suficiente para acender todos os alertas da equipe econômica e colocar Adriane sob pressão política e jurídica.


A situação é tão crítica que pode ser explicada de forma simples:

Se Campo Grande arrecada R$ 100, só poderia gastar R$ 95.

Mas a gestão Adriane Lopes gastou R$ 99,94 — praticamente até o último centavo.


E agora, por força da Constituição, a prefeita é obrigada a disparar medidas duras, impopulares e imediatas.


Governo reduz jornada, corta salário e trava despesas


Sem saída, Adriane determinou:


Jornada reduzida para 6 horas diárias desde 1º de novembro.


Corte de 20% no próprio salário e no de todo o primeiro escalão.


Cada secretaria terá que cortar 20% da folha, sob pena de sanções internas.


Congelamento completo:


sem reajuste,


sem aumentos,


sem criação de novas despesas.


Servidores também não receberão horas extras, plantões ou gratificações. Repartições passam a funcionar apenas das 7h30 às 13h30.


É o pacote mais rígido já imposto em Campo Grande nos últimos anos — e tudo por causa do rombo que ameaça engolir a gestão.


Pressão aumenta e prefeitura se cala


O relatório foi publicado em 27 de novembro, com valores que assustam pela proximidade entre arrecadação e gasto:


Despesa total até outubro: R$ 6.020.209.095,10


Arrecadação: R$ 6.023.821.642,50


A diferença é mínima, revelando uma prefeitura no fio da navalha.


A reportagem do G1 questionou a administração sobre novas medidas de contingência. Até a última atualização: silêncio total. O silêncio aumenta a percepção de crise e expõe politicamente a prefeita, que tenta controlar os danos em um momento delicado de sua gestão.


Crise sanitária vira justificativa oficial


No Diário Oficial, a prefeitura atribui a situação à “instabilidade do cenário epidemiológico” e aos custos com síndromes respiratórias — uma explicação que não convenceu parte do próprio funcionalismo.


Enquanto isso, o município seguirá sendo monitorado bimestralmente, até que volte ao limite de 95%. Não há prazo para isso acontecer.

Nenhum comentário: