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A discussão em torno do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul voltou ao centro do debate público na Polônia após manifestações em Varsóvia reunirem milhares de pessoas contrárias ao tratado. O tema ganhou visibilidade ao ser associado a preocupações econômicas, especialmente entre setores que temem impactos negativos sobre a produção nacional e a competitividade interna.
O acordo, negociado ao longo de quase três décadas, avançou recentemente dentro das instâncias europeias e aguarda a ratificação dos países-membros para entrar em vigor. Na Polônia, a principal resistência está ligada ao receio de que a abertura do mercado europeu a produtos agropecuários do Mercosul, em especial do Brasil, resulte em concorrência considerada desigual. Produtores locais argumentam que importações a preços mais baixos podem pressionar margens, reduzir renda no campo e afetar a sustentabilidade de cadeias produtivas tradicionais.
Durante as manifestações realizadas na capital, o acordo foi citado de forma recorrente como símbolo de uma integração econômica vista como prejudicial aos interesses nacionais. Cartazes e palavras de ordem destacaram a oposição ao tratado, que foi apresentado pelos manifestantes como uma ameaça ao setor agropecuário e à segurança econômica do país. A mobilização ocorreu em meio a um contexto mais amplo de questionamentos sobre políticas europeias e sua aplicação nos Estados-membros.
O avanço do acordo UE-Mercosul ocorre em paralelo a debates sobre padrões ambientais, regras sanitárias e mecanismos de proteção aos produtores europeus. Esses pontos têm sido levantados por críticos do tratado como fatores que ampliam a desconfiança em relação aos efeitos práticos da parceria comercial. Ao mesmo tempo, o tema divide opiniões dentro do bloco, com países que veem oportunidades de expansão comercial e outros que mantêm reservas.
Agrolink - Leonardo Gottems

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