Foto: Sheila Flores
O comércio exterior brasileiro avança para 2026 em um cenário de expectativa cautelosa, marcado por condições macroeconômicas mais previsíveis e por uma agenda de integração internacional em amadurecimento. De acordo com análise de Giuliano D. Secco, analista de logística internacional, o país entra no próximo ano com um otimismo estratégico moderado, sustentado por um superávit comercial estimado em US$ 65 bilhões, câmbio ainda favorável e juros em trajetória de queda gradual. A perspectiva de um dólar próximo de R$ 5,60, com possibilidade de acomodação em torno de R$ 5,50, contribui para a competitividade das exportações, enquanto a Selic menos pressionada tende a estimular investimentos produtivos.
Nesse contexto, a possível assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia desponta como o principal vetor de crescimento, ao ampliar o acesso a mercados e reduzir barreiras tarifárias. O Paraná se destaca nesse movimento ao consolidar-se como a quarta maior economia do país, apoiado por investimentos superiores a R$ 5 bilhões em infraestrutura e tecnologia. A base desse avanço está no agronegócio, com safras recordes de soja e milho e forte atuação das cooperativas na exportação de proteína animal.
A abertura do mercado europeu cria oportunidades relevantes para carnes e derivados de madeira produzidos no estado, ao mesmo tempo em que impõe desafios à indústria automotiva instalada na região de Curitiba, que precisará acelerar processos de modernização. Outro diferencial competitivo está na adoção de práticas de sustentabilidade e rastreabilidade, exigidas pela União Europeia, com o uso de tecnologia no campo e certificações de desmatamento zero ganhando peso nas negociações internacionais.
Mesmo com o ambiente favorável, persistem riscos associados à volatilidade das commodities e à concentração de mercados, o que reforça a necessidade de diversificação para além de China e Estados Unidos. A reforma tributária tende a simplificar operações de exportação, mas a eficiência logística, especialmente no Porto de Paranaguá, seguirá como elemento central para sustentar a competitividade
.Agrolink - Leonardo Gottems

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