O ministro Ribeiro Dantas, da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou, na noite desta sexta-feira (3), a soltura do prefeito de Terenos, Henrique Wancura Budke (PSDB), preso desde 11 de setembro sob acusação de participação em um esquema de corrupção na prefeitura.
A decisão monocrática atendeu a pedido de habeas corpus e foi expedida às 19h30, com comunicação imediata ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul para cumprimento. Budke responde a quatro crimes apontados pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS): corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraude em licitações.
Esquema de R$ 16 milhões
As investigações do Grupo Especializado de Combate à Corrupção (Gecoc) apontam que o prefeito, ao lado de 25 pessoas — entre empresários, servidores e até um policial militar do Batalhão de Choque —, teria participado de fraudes em 17 licitações realizadas entre 2022 e 2023.
Segundo o MPMS, os contratos sob suspeita somam R$ 16 milhões. Apenas Henrique Budke teria recebido mais de R$ 500 mil em propina no período. Interceptações telefônicas anexadas à denúncia revelam conversas sobre o direcionamento de certames para empresas específicas em troca de vantagens ilícitas.
Defesa e futuro político
Após a prisão, Budke havia solicitado afastamento do cargo na Câmara Municipal para se dedicar à própria defesa. Com a libertação determinada pelo STJ, o tucano terá seu futuro político e jurídico redefinido.
Apesar da decisão favorável, o ministro Ribeiro Dantas deixou claro que o habeas corpus não anula as investigações. O processo criminal continua em andamento, e o prefeito deverá responder às acusações em liberdade, podendo ainda ser submetido a medidas cautelares.
Eduardo Miranda
Fonte Portal Correio do Estado
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