quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Vitória parcial: Nelsinho e Tereza comemoram suspensão de tarifa que travava R$ 1,7 bi em exportações de MS

 


Senado dos EUA vota contra medida de Trump, mas Câmara ainda deve manter sobretaxa 


Os senadores Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP) celebraram, nas redes sociais, a decisão do Senado dos Estados Unidos de aprovar a suspensão da resolução do ex-presidente Donald Trump que impôs uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros. A medida havia causado prejuízo estimado de R$ 1,7 bilhão nas exportações de Mato Grosso do Sul.


Apesar do avanço, a disputa comercial ainda está longe do fim. De acordo com veículos da imprensa norte-americana, a Câmara dos Deputados, controlada por aliados de Trump, deve manter o tarifaço pelo menos até março de 2025.


Vitória parcial


O Senado norte-americano derrubou o decreto de Trump por 52 votos a 48, após uma articulação que envolveu cinco senadores republicanos — que se juntaram aos democratas para encerrar o que chamaram de “sanção injustificada” ao Brasil.


A decisão foi influenciada pela visita de uma comitiva de parlamentares brasileiros, liderada por Nelsinho Trad e integrada por Tereza Cristina. Eles estiveram em Washington em julho, onde defenderam a retomada do livre comércio e apresentaram dados sobre a importância do agronegócio brasileiro para o mercado norte-americano.


Em carta ao Congresso, Trump justificou a tarifa extra de 40% alegando “perseguição política” ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos de prisão, o que teria levado os EUA a reagir em “defesa de aliados democráticos”.


Reação dos senadores


“O Senado dos EUA acaba de aprovar (52×48) o projeto de resolução que determina o encerramento da emergência nacional, base das tarifas adicionais de 40% a produtos brasileiros. O diálogo e a diplomacia da nossa comitiva suprapartidária em julho renderam frutos”, comemorou a senadora Tereza Cristina, em publicação nas redes sociais.


Apesar do otimismo, a parlamentar destacou que é preciso “aguardar o desenrolar das negociações”, referindo-se à resistência da Câmara norte-americana e às conversas entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, que se encontraram no último domingo (26), na Malásia.


Chefe da comitiva, Nelsinho Trad também comemorou:


“Uma grande vitória para o Brasil e para o agronegócio do Mato Grosso do Sul! O Senado americano votou contra as tarifas impostas ao nosso país — uma decisão que reconhece a importância e a seriedade do nosso setor produtivo.”


O senador ressaltou que a missão em Washington “foi fundamental para que a voz do Brasil fosse ouvida” e afirmou que o resultado “é fruto de diálogo, união e trabalho em defesa de quem faz o nosso estado crescer”.


Negociações em curso


Enquanto o Senado americano recua, o governo brasileiro mantém otimismo com as tratativas diplomáticas. Lula e Trump, que tiveram primeiro encontro oficial em anos, discutiram a recomposição das relações comerciais entre os dois países e a possível revisão das tarifas.


Nos bastidores, diplomatas brasileiros avaliam que o gesto do Senado é um sinal político relevante, mas reconhecem que a reversão completa do tarifaço dependerá de “muita conversa” com o novo Congresso dos EUA — cuja maioria segue alinhada ao ex-presidente republicano.


Impacto em Mato Grosso do Sul


Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as tarifas impostas desde 2023 afetaram principalmente os setores de carne bovina, soja e etanol, pilares das exportações sul-mato-grossenses.


Empresários e cooperativas locais comemoraram o voto do Senado norte-americano como um alívio parcial, mas mantêm cautela. “Ainda é uma vitória simbólica. Enquanto a Câmara não aprovar, as tarifas continuam valendo”, resumiu um representante da Famasul.


Com a resistência da Câmara e o impasse diplomático, o alívio para o agronegócio brasileiro deve demorar mais alguns meses. Até lá, a expectativa se volta para a habilidade de Lula em negociar diretamente com Trump e para o equilíbrio entre economia e política nas relações entre Brasília e Washington.

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