segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Produtores do norte de Mato Grosso do Sul colheram 100% da área cultivada com milho

 



Condição climática favorável foi o principal fator para o sucesso da colheita

ANA CLARA SANTOS


Dados do Boletim Casa Rural, divulgado pelo Associação de Produtores de Milho e Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) mostrou que o milho cultivado no Estado já foi colhido em 85,6% da área total que foi plantada, o que equivale a 1,7 milhão de hectares. 


Ainda de acordo com o boletim, a região norte apresentou índice de colheita de 100% da área plantada, sendo seguida pela região central com 83,6% e pelo sul de MS, onde o índice é de 83,5%. 


O documento da Aprosoja/MS esclarece que só foi possível colher 100% da área plantada no norte do Estado por conta das condições climáticas favoráveis em todo o ciclo de desenvolvimento do milho. 


Entretanto, se comparada com os índices do mesmo período do ano anterior, é possível notar que, apesar do avanço de 14,8 pontos percentuais (p.p.) nos últimos dias, a operação está a 1,18 p.p. abaixo. 


Após uma longa estiagem, é esperado, para setembro, chuvas entre os dias 12 a 14 e 19 a 21, com acumulados de até 20 milímetros no sudeste do estado, o que pode impactar no andamento da colheita. 


Plano Safra

Por sua vez, o Boletim Econômico de Crédito Rural da Aprosoja/MS, com base nos dados do Banco Central, aponta que a utilização dos recursos do Plano Safra 22/23 acumulou 2,2 bilhões em agosto. 


Esse percentual representa um aumento de 41% se comparado com o mesmo período do ano anterior. A contratação de crédito é, principalmente, para custear a produção, com o total de R$ 1,7 bilhão, aumento de 64% em relação a agosto passado. 


O presidente da associação, André Dobashi explica que os produtores tiveram que recorrer ao crédito de maneira mais rápida este ano por conta dos prejuízos causados pela quebra de duas safras. 


“A tendência é uma utilização maior e mais rápida dos recursos no ano de 2022, devido à quebra de duas safras seguidas de soja e de milho, o que reduziu a disponibilidade de capital próprio e aumentou a busca pelo crédito rural para custeio dos insumos necessários para implantação das lavouras”. 


Do total de valor emprestado para custeio, 1,2 bilhão foram destinados para atividades agrícolas, o que representa 76% do montante, com destino 65% para cultura da soja e 30% para o milho. A pecuária utilizou 477 milhões, que representam 24% do total. 


A principal fonte de crédito foram os bancos públicos, que liberaram 73% dos recursos. Já os bancos privados e as cooperativas são responsáveis por 12% e 15% dos créditos, respectivamente. 


No Brasil, o mês de agosto fechou com utilização de R$ 38 bilhões, dos R$ 340 bilhões disponibilizados para crédito agropecuário.

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